Dois golos do suplente Oliver Bierhoff, um deles de “ouro”, valeu o “tri” à Alemanha em 1996, numa 10.ª edição do Europeu de futebol pautada por sucessivos desempates na “lotaria” das grandes penalidades.
Em Inglaterra, numa competição alargada a 16 seleções, cinco dos sete jogos a eliminar foram para prolongamento e, destes, só a final escapou aos penaltis, por culpa de um inspirado Bierhoff e da introdução do “golo de ouro”.
O então avançado da Udinese entrou aos 69 minutos, com a surpreendente República Checa a vencer (golo de penalti de Patrick Berger, aos 59), e decidiu a final, com tentos aos 73 e 95 minutos, o último após “frango” de Petr Kouba: face à nova regra, já abandonada, o jogo acabou nesse instante.
Foi o culminar de um percurso que foi tranquilo na primeira fase (2-0 aos checos, 3-0 à Rússia e 0-0 com a Itália) e passou ainda por um sofrido triunfo nos “quartos” (2-1 à estreante Croácia) e uma afortunada vitória sobre a anfitriã Inglaterra nas meias-finais.
Jürgen Klinsmann, que “bisara” face aos russos, e Matthias Sammer marcaram os tentos face aos croatas, enquanto Stefan Kuntz faturou face aos ingleses, anulando o golo madrugador de Alan Shearer.
O “clássico” só foi decidido no desempate por grandes penalidades, com Gareth Southgate a falhar o 11.º pontapé, para, no seguinte, Andreas Möller oferecer a quinta final aos germânicos, após 1972, 1976, 1980 e 1992.
Na fase decisiva, e além da final, a “lotaria” só não decidiu os triunfos da Alemanha sobre a Croácia e dos checos face a Portugal (1-0), o célebre “chapéu” do ex-benfiquista Karel Poborsky a Vítor Baía, nos “quartos”.
A República Checa foi a grande surpresa da prova, com “estrelas” como Poborsky, Berger, Pavel Nedved ou Pavel Kuka, enquanto Espanha, Holanda, França e Inglaterra só foram afastadas nos “penaltis”, embora, antes, franceses e ingleses também tenham sido apurados dessa forma.
A maior decepção foi a Itália, que não passou da primeira fase, a par da campeã Dinamarca, terceira do Grupo D - atrás de Portugal e da Croácia -, e da Bulgária, “afundada” por França e Espanha, dois anos após o quarto lugar no Mundial dos Estados Unidos.
Por seu lado, Portugal não “brilhou” como em 1984 (meias-finais), ficando-se pelos “quartos”, depois de ultrapassar com facilidade a primeira fase (1-1 com a Dinamarca, 1-0 à Turquia e 3-0 à já apurada Croácia).
Na fase final do Euro96 foram apontados 64 golos, em 31 jogos (média de 2,06), e Alan Shearer foi, destacado, o “rei” dos marcadores, com cinco tentos.