O presidente do conselho de arbitragem da Associação de Futebol de Ponta Delgada, Adriano Cabral, adiantou hoje à agência Lusa que o organismo apresentou a demissão em bloco, alegando ''adulteração'' do relatório do jogo entre Santiago e Operário.
''O que se passou foi uma adulteração do relatório de jogo para defender determinado clube'', admitiu, referindo-se ao jogo entre Santiago e Operário.
Nesse jogo, o castigado João Botelho, guarda-redes do Operário, constava na ficha de jogo, apesar de não estar inscrito e por isso não poderia cumprir castigo, o que fez com que o atleta tivesse jogado irregularmente na partida frente ao Caldas, da segunda eliminatória da Taça de Portugal, o que levou ao afastamento do clube da competição.
Sem querer adiantar mais pormenores, Adriano Cabral considerou importante ''averiguar para apurar a veracidade dos factos'' admitindo que o conselho de arbitragem só não pediu antes demissão para não prejudicar o normal funcionamento dos campeonatos de São Miguel.
''No passado mês de novembro quando tivemos conhecimento desta situação. O conselho de arbitragem reuniu e a demissão estava prevista para essa altura, só que estavam a decorrer os campeonatos de iniciados, juvenis e juniores e, por uma questão de responsabilidade, esperámos que os campeonatos terminassem'', admitiu.
Adriano Cabral diz que a decisão ''é irreversível'' sendo que apresentou a demissão juntamente com os restantes membros do conselho de arbitragem: José Roque, José Hipólito e José Carlos Cabral.
O presidente da Associação de Futebol de Ponta Delgada, Auditon Moniz, já lamentou a demissão daquele organismo.
''É um direito que lhes assiste e do qual nós nada podemos fazer. É com muita pena que vejo esta situação assim'', lamentou o presidente da Associação.
Auditon Moniz assume o erro, mas ressalva que mal foi detetado foi automaticamente corrigido.
''Realmente o jogador estava naquela ficha de jogo do dia 18 e nós pensávamos que cumpriria o castigo naquele dia, mas depois viemos a verificar que estava na ficha de jogo mas não estava inscrito e se não estava inscrito não poderia cumprir castigo. Foi isso que demos conhecimento à Federação, por isso é que o Operário perdeu o processo'', admitiu.