Paulo Bento: «Cometemos um conjunto de erros ao longo deste percurso»

“O primeiro jogo foi marcante, pelo impacto que teve a todos os níveis, até em termos anímicos, e porque foi um resultado por números muito expressivos, que condicionou o critério de desempate. É verdade que tivemos a oportunidade contra os Estados Unidos de retificar em termos pontuais e, apesar de termos melhorado, não conseguimos.

Este último jogo foi disputado num contexto de grande dificuldade, em função da diferença de golos pela qual tínhamos de ganhar e do que tinha de acontecer no outro jogo. Um fator determinante foi o que se passou no primeiro jogo e que nos deixou marcas. Mesmo neste jogo, creio que poderíamos ter alcançado um resultado mais volumosos. Podia não chegar para alcançar o nosso objetivo, que acabou por não se concretizar. Assumimos as nossas responsabilidades e felicitamos as duas equipas que seguem em frente.

Esta seleção tem mantido uma estabilidade até mesmo no seu ‘onze’ de 2010 para cá. Foi o que nos fez chegar até às meias-finais em 2012 [no Europeu] e o que nos fez chegar até aqui. Não tenho a tentação de ser ingrato para gente que deu tanto. Tentaram dar tudo o que tinham, não o conseguimos fazer por diversos fatores, mas não posso deixar de referir que temos sete jogadores nesta convocatória que não estavam em 2012. As coisas terão de se fazer de uma forma gradual e progressiva. Poderá haver outras opções no futuro, mas o que nunca farei é fechar portas que a muita gente deu muito trabalho conquistar. Se não vierem será por opção, independentemente da idade que tenham.

“Não me parece justo estar a individualizar as questões. Cometemos um conjunto de erros ao longo deste percurso, destes três jogos, que nos penalizaram. Jamais colocarei a responsabilidade em cima de alguma individualidade, seja jogador ou ‘staff’ que trabalhou comigo. A responsabilidade pela falha neste objetivo que dececionou os portugueses é minha. Os jogadores tentaram fazer o que lhes foi pedido. Nem sempre o conseguimos fazer da melhor maneira possível. [Cristiano Ronaldo] Falhou algumas oportunidades, é um jogador que tem muita eficácia e que hoje não conseguiu fazer, mas isso não me vai levar a culpabilizar quem quer que seja.

No sucesso, como no insucesso, temos sempre de fazer algo para progredir. Este é um momento difícil, pelo facto de estarmos eliminados de uma grande competição e de não termos alcançado o objetivo de passar aos oitavos de final. O resumo terá de ser considerado negativo. Para nós foi uma deceção, porque foi para isso que nos preparámos. Temos de continuar a trabalhar porque sabemos o que temos de fazer o futuro. E saberei tirar as minhas ilações, juntamente com os responsáveis da federação, e preparar da melhor forma o que aí vem para 2016.

Tentámos gerir da melhor maneira todas as situações que foram ocorrendo. Desde o dia em que chegou ao estágio, [Cristiano Ronaldo] teve um período em recuperação até pela forma como jogou a final da Liga dos Campeões. Teve um período a fazer tratamento de recuperação e a partir do momento em que se sentiu em condições de competir, colocámo-lo a competir. Se em algum momento isso afetou o seu rendimento é difícil de dizer”.