Os resultados de uma sondagem realizada pela televisão estatal japonesa NHK, hoje divulgados, indicam que 81% dos japoneses rejeita a construção do polémico novo estádio olímpico, cujos custos duplicaram face ao orçamento inicial.
Apenas 13% dos entrevistados mostrou ser a favor do projeto pensado para ser a ‘sede’ dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, segundo os resultados do inquérito, realizado por telefone, que contou com uma amostra de 1.000 pessoas com mais de 20 anos de todo o país.
As novas instalações desportivas tem estado envolvidas em polémica sobretudo desde que foi selecionado, em 2012, o projeto pela arquiteta iraquiana Zaha Hadid pela sua dimensão faraónica e por não estar adaptado ao ambiente urbano que envolve o recinto, a ser construído sobre o antigo estádio dos Jogos Olímpicos de 1964.
As críticas intensificaram-se nas últimas semanas depois de o Conselho de Desporto do Japão ter confirmado que o custo vai ascender a 252.000 milhões de ienes (1.855 milhões de euros), montante que equivale quase ao dobro do inicialmente orçamentado.
O ministro da Educação e Desporto japonês, Hakubun Shimomura, pediu, na sexta-feira, uma investigação ao processo que resultou na escolha do projeto, afirmando que o comité de seleção terá atuado “com descuido” caso se verifique que escolheu o projeto sem ter em conta os gastos.
Alguns dos principais diários nipónicos – como o Asahi e o Nikkei – também criticaram o custo excessivo do projeto em editoriais, enquanto nas redes sociais circulam, por estes dias, uma série de montagens humorísticas que comparam a forma do estádio nomeadamente a um OVNI (objeto voador não identificado) e a um secador de cabelo.
O novo estádio olímpico de Tóquio deverá começar a ser construído em setembro e estar terminado em 2019, ano em que deverá acolher o Mundial de râguebi.
O antigo estádio foi o palco principal dos Jogos Olímpicos de 1964 e tinha capacidade para 48.000 espetadores. O projeto do novo recinto prevê uma lotação de 80.000 lugares.