"O Cristiano é o exemplo de um bom futebolista, mas em futebol puro não foi melhor que eu"

"Ir treinar era uma merda. Chegava e nem sequer apertava os atacadores"

Nesta entrevista, Hazard, que anunciou oficialmente o fim da sua carreira em outubro do ano passado, ofereceu insights sobre a sua abordagem descontraída ao futebol, comentários sobre o profissionalismo de Cristiano Ronaldo, bem como reflexões sobre a sua própria jornada no desporto rei.

Uma das facetas distintivas de Hazard é a sua abordagem descontraída ao futebol e à vida. Em tom confessional, o belga admitiu que não era adepto de treinos intensivos e métodos rígidos de recuperação, ao contrário de Cristiano Ronaldo, conhecido pela sua ética de trabalho inabalável.

"Não teria sido capaz de ter carreira como a de Cristiano. Depois de um treino, ficar uma hora a fazer banhos gelados? Não. Deixem-me em paz, com os meus amigos, vamos para casa jogar às cartas ou beber uma cerveja", começou por dizer o antigo internacional belga.

"A minha recuperação era jogar com os meus filhos no jardim durante duas horas. O Cristiano é o exemplo de um bom futebolista, mas se tivesse sido como ele, queimava-me. Não ia ao ginásio a cada três dias e também não fazia três horas de fisioterapia para recuperar", acrescentou Hazard.

Em relação a outros jogadores de elite, o antigo médio belga destacou Lionel Messi como o "maior da história".

"Messi talvez seja o único. Acho que é o maior da história. É impossível tirar-lhe a bola", observou.

"Excesso de peso? Não vou dizer que abusava da comida, mas não prestava atenção"

"O Cristiano é um jogador maior que eu, mas acredito que, em termos de futebol puro, não foi melhor que eu"

"Neymar, talvez. Depois, e não melhores que eu, há muitos jogadores bons no Real Madrid. Benzema, Modric, Kroos, respiram futebol", destacou ainda.

A decisão de Eden Hazard de encerrar a sua carreira em outubro de 2023, após deixar o Real Madrid e ficar sem clube, também foi discutida na entrevista.

Aos 33 anos, o belga explicou que não pretendia prolongar a sua carreira até os 40 anos e escolheu dar um passo atrás no mundo do futebol.

"Ir treinar era uma merda. Chegava, nem sequer apertava os atacadores e dizia: 'vamos a isso, está bem'. Depois começaram a reparar que pegava na bola e rendia em campo, que era o que importava. Eras bom, ganhavas, todos ficavam contentes", contou Hazard.

"Excesso de peso? Não vou dizer que abusava da comida, mas não prestava atenção. Também não ia ao McDonald's todos os dias. Não dava qualquer importância a isso. Gosto de comer. As dietas são inúteis. A não ser que queiras jogar até aos 40 anos, mas sabia que não ia ser o caso", rematou Eden Hazard.