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Reputação: Portugal tem de trabalhar a sua imagem

Acabado o Mundial-2014 são horas de fazer contas à participação da seleção nacional. Desportivamente já muito foi dito e pouco mais há a escrever, embora muito deva ser feito nos próximos anos. Na vertente comunicacional e de gestão da imagem, Portugal sai também mais fragilizado do Brasil.

Reputação: Portugal tem de trabalhar a sua imagem

Definitivamente o Mundial de todas as esperanças acabou por se tornar, para Portugal, num 'Cabo das Tormentas'. A 'equipa de todos nós', que entrou no Brasil como a quarta melhor seleção do Mundo, tinha ainda como grande trunfo o melhor jogador do Mundo, Cristiano Ronaldo, e conseguiu mesmo fazer uma digressão pelos Estados Unidos para promover a marca Portugal e obter uma maior visibilidade num continente cada vez mais importante para o mundo do futebol, seja ao nível dos clubes como das seleções.

Como todos sabem, um Mundial é, para o bem e para o mal, uma excelente montra. Seja para jogadores e treinadores, mas também para as seleções presentes e para os respetivos países envolvidos na competição. Quando as coisas correm bem, o plano desportivo sai reforçado, mas quando as coisas correm mal a reputação é a primeira a sofrer.

Mas o que é isto de falar em reputação no futebol e sobretudo nas seleções? A reputação representa a reação afetiva ou emocional, boa ou má, fraca ou forte, dos adeptos, dos clientes, dos jogadores, dos media e do grande público no geral para com uma seleção ou um clube, no caso do futebol.

Existem alguns mecanismos para que a reputação saia reforçada. Podemos falar em cinco princípios fundamentais que deverão estar integrados na estratégia de comunicação:

1. Visibilidade: Aqui não há dúvida, a seleção nacional tem visibilidade, quanto mais não seja porque tem o melhor jogador do Mundo nas suas fileiras. Para já, este simples facto é suficiente, mas num futuro próximo mais terá de ser feito para manter a notoriedade. Os resultados desportivos são sempre o maior impulsionador.

2. Autenticidade: Para isso há que recorrer aos valores positivos da equipa, envolvendo antigos campeões como Luís Figo, Rui Costa e Pauleta na vida da seleção e recordando antigas glórias como Eusébio, para ajudar a fortalecer as noções de autenticidade.

3. Transparência: Aqui o selecionador tem um papel fundamental. Explicar sempre muito bem as suas escolhas, porque leva este jogador e não aquele, em que princípios assenta o seu trabalho, como pensa encarar a formação. Todos estes são indicadores de transparência. Infelizmente, nem sempre isso acontece e as dúvidas levantam-se.

4. Coerência: Em qualquer área de negócio temos de ser coerentes. Não há nada pior do que ser apanhado numa contradição.

5. Diferença: Nenhuma equipa é igual a outra, como tal há que apostar no que nos torna únicos. Exemplos: O Brasil foi sempre visto como o país da magia no futebol, os alemães como os pragmáticos e os italianos como os calculistas. São estas características que definem uma identidade, há que trabalhar os aspetos positivos e corrigir as falhas. Como dizia Wally Olins numa conferência em 2001: «Ninguém espera que o melhor whisky seja italiano, nem que os melhores carros não sejam feitos na Alemanha».

Este texto é resultado da colaboração semanal entre o Futebol 365 e o blogue marcasdofutebol.wordpress.com. Esta parceria procura analisar o desporto-rei a partir de um ângulo diferente: a comunicação.

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