A UEFA pretende decidir em um mês se as equipas de futebol da Crimeia vão competir na Ucrânia ou Rússia, que anexou o território em março, em ação militar seguida de referendo sem o reconhecimento da comunidade internacional.
Para tal, foi criada uma comissão que envolve a UEFA e representantes das federações de ambos os países, sendo que a reunião de hoje foi “muito construtiva e com boa vontade demonstrada por ambas as partes”, segundo o secretário-geral da UEFA, Gianni Infantino.
“No prazo de um mês, temos de encontrar uma solução que permita que o futebol possa ser jogado na Crimeia, mas de acordo com os estatutos da UEFA e da FIFA”, avisou o dirigente, depois de há um mês a UEFA ter dito que não reconheceria os resultados dos jogos com clubes da Crimeia na terceira divisão do campeonato russo.
O otimismo da UEFA não é partilhado pelos representantes ucranianos, que reclamam pelas “claras violações das regras dos organismos que gerem o futebol”, incluindo a “inclusão ilegal” dos clubes da Crimeia nas competições russas.
A Rússia anexou a península da Crimeia, no Mar Nego, em março, mas a comunidade internacional não reconhece o território como parte da Rússia, que organiza do Mundial de futebol em 2018.
A federação da Ucrânia pede mesmo uma “posição clara contra as ações ilegais da federação da Rússia”, lembrando que as violações em causa devem motivar a “suspensão ou expulsão” do membro da UEFA e FIFA.
O Sevastopol e o Tavria Simferopol, que na época passada disputaram o principal campeonato da Ucrânia, dissolveram-se, enquanto o TSK Simferopol, SKCF Sevastopol e Zhemchuzhina Yalta foram refundados e registados nas cidades russas de Krasnodar e Rostov-on-Don, numa suposta tentativa de evitar potenciais sanções da UEFA.
A crise entre Ucrânia e Rússia espalhou entretanto para outras zonas do território ucraniano, com o vizinho a ser acusado de apoiar e fomentar os separatistas.
Hoje, a UEFA também decidiu levantar a proibição de disputar jogos europeus em Israel devido à “situação de segurança na região”.