Mohamed bin Hammam chegou hoje à sede da FIFA para responder pela acusação de corrupção perante a comissão de ética, horas após ter anunciado que se retirava das eleições presidenciais, deixando Joseph Blatter como candidato único.
Blatter também será chamado a depor naquela que já é considerava a mais grave crise do seu “reinado” de 13 anos à frente da Federação Internacional de Futebol (FIFA), com o organismo de novo envolto em escândalos relacionados com subornos e negócios poucos claros.
Aparentemente, Blatter deverá ficar sozinho na corrida para o ato eleitoral, caso este se realize como previsto na próxima quarta-feira, dia 01 de junho.
O qatari Mohamed Bin Hammam, líder do futebol asiático, decidiu retirar a sua candidatura, após o escândalo que o relaciona com Jack Warner, membro do comité executivo da FIFA há 28 anos, no alegado suborno de 25 membros das Caraíbas durante um ato de campanha.
O ex-candidato sempre sustentou que se tratava de uma conspiração para o afastar das eleições.
Joseph Blatter terá ainda de responder por alegadamente ter ignorado as tentativas de corrupção, o que também é passível de atitude disciplinar devido ao facto do código ética obrigar à denúncia de tais atos.
Os delegados e membros caribenhos, com direito a voto no ato eleitoral da FIFA, terão recebido dinheiro numa conferência realizada entre 10 e 11 de maio em Trindade e Tobago, onde Jack Warner é ministro.
Mohamed bin Hammam reconheceu ter pago as despesas de viagem e a alojamento dos membros e os custos da conferência, mas negou ter comprado quaisquer votos.
Num comunicado no seu sítio da Internet, Mohamed bin Hammam sublinha que os casos recentes o magoaram e desapontaram quer ao nível profissional como pessoal.
“É por esta razão que anuncio a retirada da minha candidatura a presidente”, concluiu.
O clima de suspeição na FIFA subiu de tom após as eleições para a atribuição das sedes dos Mundial de futebol de 2018 e 2022, atribuídos em dezembro do ano passado à Rússia e Qatar, respetivamente.