O mundo do futebol foi surpreendido, esta semana, por mais um candidato à presidência da FIFA. Contudo, ao contrário dos então outros quatro pretendentes ao trono de Blatter, o novo candidato era, logo à partida, uma figura do futebol mundial. Luís Figo, o primeiro dos ‘galáticos’ contratados por Florentino Pérez, apareceu sem aviso e provocou mais impacto que Ali Bin Al-Hussein, Michael van Praag, Jérôme Champagne e David Ginola juntos.
Este texto partilha o título com um outro que escrevi há quase três anos. O que revela a sempre adiada afirmação de uma competição que já vai na sua oitava edição. E que pelo caminho perdeu os seus principais patrocinadores e o eventual interesse financeiro que chegou a suscitar. O único que despertou, em boa verdade.
A 'Guerra Fria' entre Marco Silva e Bruno de Carvalho promete ser um extraordinário caso de estudo para quem se interessar pelas Ciências da Comunicação. Como se torna óbvio, é um exemplo de péssima gestão de comunicação, nomeadamente por parte do último.
Começo por uma declaração de interesses que, em simultâneo, justifica a minha posição enquanto observador privilegiado. Sou adepto e sócio do FC Paços de Ferreira há largos anos. E há ainda mais tempo que acompanho regularmente a equipa. Fora e, sobretudo, em casa. Fui testemunha da passagem do comando técnico de Henrique Calisto para José Mota, em 1999-2000, por exemplo. E esta mudança será fundamental para se perceber o que quero hoje dizer.
Quando Pep Guardiola foi anunciado como treinador do Bayern Munique escrevi que a afirmação da Bundesliga enquanto marca tinha chegado mais cedo. A contratação de um dos treinadores mais mediáticos do Mundo aconteceu durante um dos momentos altos do futebol alemão. Borussia e Bayern já estavam com um pé e meio na final da Liga dos Campeões, disputada em Wembley. Tudo se conjugava, portanto, para colocar a Liga Alemã nos píncaros mediáticos e desportivos.
O recente duelo entre Cristiano Ronaldo e Lionel Messi foi, essencialmente, um pseudo-acontecimento. Isto é, o confronto entre as duas maiores estrelas do futebol mundial existiu sobretudo por razões mediáticas. Contudo, foi uma operação não totalmente conseguida e cheia de lições sobre o mundo da comunicação.
A convivência entre públicos internos e externos nem sempre é fácil. Por vezes, os últimos esperam dos primeiros aquilo que estes não estão em condições de oferecer. Outras vezes, quem trabalha numa qualquer organização não se mostra capaz de honrar as expectativas de quem espera algo do lado de fora.
Como qualquer organização, um clube desenvolve uma cultura organizacional própria. Uma cultura que, por sua vez, não surge desenraizada dos contextos (históricos, sociais, etc.) de onde emergiu. Muitas das figuras cimeiras do desporto-rei perceberam-no e, por isso, triunfaram mais facilmente.
Após a desastrosa campanha da seleção no Mundial 2014, os diversificados ecrãs que ocupam o nosso quotidiano encheram-se de críticas e conclusões. Como sempre acontece, algumas foram absolutamente justas, outras não foram menos do que apocalípticas. Uma das previsões mais propagadas desta última categoria foi a do alegado fim do talento, com o consequente início de uma 'travessia no deserto'.
Aos 24 anos, Mario Balotelli ainda é visto como um jovem com tanto de talento como de imprevisibilidade. Apesar de já há muito não poder ser considerado um atleta inexperiente, com esta – a inexperiência – ainda e sempre a servir de justificação para comportamentos menos refletidos, o avançado italiano continua a cultivar a imagem de 'enfant terrible'. Esta é, claro, a sua marca.
Apesar de a época desportiva estar ainda a começar, a Ligue 1 já regista um par muito interessante de polémicas envolvendo dissonâncias públicas entre treinadores e direções. E tudo isto ganha maior relevância por causa dos clubes envolvidos, visto que diz respeito a dois dos principais emblemas franceses. O histórico Marselha, de Marcelo Bielsa, e o supostamente endinheirado Mónaco, de Leonardo Jardim.
O empréstimo de Nani ao Sporting tem tudo para ser um caso interessante de gestão de reputação. Da reputação do jogador, do clube e do próprio campeonato nacional. O que é natural, já que o protagonista é um internacional português com apenas 27 anos, que chegou a ser uma das estrelas de um colosso como o Manchester United.
Após vários meses de avanços e recuos, o magnata Peter Lim pode finalmente ser tratado como o dono do Valência. Ainda assim, há muito que se fazia sentir a influência do singapurense na formação da liga espanhola. Os 'empréstimos' de André Gomes e Rodrigo à formação orientada por Nuno Espírito Santo são disso exemplo, tendo sido a solução encontrada para contornar os atrasos da aquisição. Mas falar de Peter Lim é também falar de Jorge ...
A existência de Serviços Públicos de Rádio e Televisão é um dos temas que mais debates origina no campo dos media. A realidade construída nas últimas décadas problematizou-os: o fim dos monopólios estatais nas radiodifusões deu origem a uma série de canais/emissoras comerciais. No meio da abundância (que não deve ser confundida com diversidade), questiona-se se ainda faz sentido manter um serviço público nesta área.
Após a dolorosa participação no Mundial-2014 que terminou há semanas, o Brasil pediu uma revolução. Com os desastrados jogos frente à Alemanha (7-1) e à Holanda (3-0), o futebol brasileiro clamou por uma mudança estrutural. Esta ambição foi até abordada no nosso último texto. No fim de contas, havia algo unânime: era preciso mudar. E a mudança tinha de ser um verdadeiro salto em frente.
Desde há muito tempo que o futebol brasileiro assenta nos craques que vão surgindo com regularidade. O jogador anárquico, fantasista, está no centro do futebol do Brasil. Só depois surge o coletivo (quando surge). Como muito bem relembrou Carlos Daniel (A vitória dos teóricos, rtp.pt, 9 de julho ), os dois últimos triunfos do escrete em Campeonatos do Mundo – 1994 e 2002 – resultaram do génio de atletas como Romário e Bebeto, nos EUA, ...
Qual dos melhores jogadores do Mundo mais provavelmente não iria querer ter numa equipa que apoiasse? A resposta é simultaneamente simples e desconcertante: Luis Suárez. Por um lado, o avançado uruguaio é simplesmente brilhante. Por outro lado, a reputação que insiste em alimentar levanta-me sérias resistências.
O futebol é uma modalidade coletiva, complexa. O todo é maior do que a mera soma das partes, como em qualquer atividade humana. As ciências sociais e humanas há muito que o dizem, mas também há muito que relevam o papel transcendente dos mitos e dos símbolos. E, na sociedade contemporânea, o desporto-rei é um dos principais produtores dos heróis que a humanidade precisa para o ser (Manuel Sérgio e o seu trabalho não podem ...