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O Arsenal de Wenger e o complexo das contratações baratas

Escrevo este texto poucos minutos depois de ter terminado o Arsenal-Southampton (2-0), partida que colocou os londrinos na liderança da Premier League, com quatro pontos de vantagem sobre o Liverpool. Se no princípio as desconfianças eram maiores, agora todos contam com os ‘gunners’ na luta pelo título. O que terá mudado no Emirates Stadium?

O Arsenal de Wenger e o complexo das contratações baratas

No que toca a contratações, muito pouco. O Arsenal iniciou a última janela de transferências com a contratação de Yaya Sanogo, ex-Auxerre. Mais do mesmo: um valor de futuro, com possibilidade de ser limado por Arsène Wenger. Depois chegou Emiliano Viviano, guarda-redes italiano sem grande nome, contratado ao Palermo.

A terminar, Mathieu Flamini foi capturado a custo zero ao AC Milan. Um médio-defensivo da confiança de Wenger e que representou o Arsenal, entre 2004 e 2008, antes de se mudar para San Siro. Em suma, tudo se ia mantendo como sempre: pouco dinheiro aplicado, confiança na juventude, na prata da casa e mesclar tudo isso com alguma experiência.

Até que, a poucas horas do fecho do mercado de verão, Mesut Ozil foi surpreendentemente anunciado como reforço do Arsenal. Uma surpresa total, a vários níveis: o Arsenal aplicou quase 50 milhões de euros na contratação de um atleta para uma posição onde não lhe faltavam soluções. Rosicky, Arteta, Wilshere e Cazorla podem ocupar o lugar do alemão. Um guarda-redes de tarimba mundial? Um lateral? Não, Mesut Ozil.

Por isso, quem observa o líder Arsenal, na Premier League e na Champions, encontra um plantel muito semelhante ao passado recente no que toca à sua equipa-base, mas muito diferente em termos de atitude. No triunfo sobre o Southampton, apenas Mesut Ozil não fazia parte do plantel na temporada transata. E nenhum dos suplentes utilizados foi reforço.

Mas, uma coisa é certa: os londrinos controlam melhor o jogo, trocam a bola com mais segurança e possuem, sobretudo, uma maturidade emocional muito mais evoluída. Aquele Arsenal que deslumbrava na primeira meia hora e depois permitia a reviravolta no marcador parece ter morrido na primeira ronda do Campeonato Inglês, quando consentiu uma derrota caseira frente ao Aston Villa (1-3). Ozil ainda não estava na equipa. Coincidência?

Por isso, o que terá mudado do Arsenal das últimas temporadas para o Arsenal que, esta época, tem surpreendido em termos internos e na Europa dos milhões? Na minha opinião, o simples facto de ter sido adicionado um jogador de inequívoca classe mundial ao plantel. Mesut Ozil trouxe qualidade, muita qualidade, mas também o exemplo de que os ‘gunners’ têm capacidade financeira para atrair os melhores futebolistas do planeta. Algo que não era líquido até aqui.

Terminou o complexo das contratações baratas. O resto é trabalho do muito injustiçado Arsène Wenger e de uma das estruturas mais organizadas do futebol mundial.

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