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Liga Europa: Paços de Ferreira, Estoril e V. Guimarães vistos como marcas

A participação das equipas portuguesas na fase de grupos da segunda competição de clubes da UEFA foi pobre. Paços de Ferreira, Estoril-Praia e Vitória de Guimarães não conseguiram mais do que oito empates e um triunfo nos 18 jogos disputados na Liga Europa. Contudo, há vida para além dos resultados. Este texto surge com o objetivo de dar conta disso mesmo, partindo das marcas, como não podia deixar de ser.

Liga Europa: Paços de Ferreira, Estoril e V. Guimarães vistos como marcas

Começamos por quem obteve melhores resultados. O Vitória de Guimarães começou bem e foi perdendo força até ficar sem hipóteses de passar à fase seguinte. Os jogos com o Bétis foram o ponto de viragem. As duas derrotas com os andaluzes, apesar de terem sido vendidas caras, revelaram um potencial que não se materializou.

Como marca, esta equipa de Rui Vitória tem como traço principal a juventude. A título de exemplo, a média de idades dos jogadores que participaram nos dois jogos com o Bétis é de 24 anos, mesmo contando com os casos extremos de Douglas e Leonel Olímpio, com 30 e 31 anos, respetivamente. Ora, sendo uma marca moldada pela juventude e pela promessa de um potencial que ainda não se consubstanciou, o percurso dos vitorianos acaba por ser normal. E, sendo assim, esta participação deve ser encarada como um passo importante na maturação e estabilização da identidade do Vitória de Guimarães, contribuindo para a sua evolução e capacitando a equipa para desafios futuros. Cabe agora garantir internamente a consistência e a coerência que um planeamento estratégico exige.

Já o Estoril-Praia pode muito provavelmente ser definido como a equipa que apresentou um futebol mais interessante entre os representantes portugueses. Ainda assim, convém não negligenciar a ausência de currículo prévio em provas europeias dos canarinhos. Ora, esta situação, bem como a incapacidade de ganhar jogos em que até foi superior, revelam uma marca inexperiente, mas com bons princípios. Apesar das muitas perdas de jogadores entre as épocas passada e presente, a formação de Marco Silva mantém ideias admiráveis, capazes de voltarem a proporcionar um bom campeonato, como tem sido o caso. E é na prossecução e evolução das ideias basilares que uma marca se solidifica.

O Paços de Ferreira foi a equipa que pior esteve. Apesar de ter feito tão poucos pontos como o Estoril (três), a participação dos pacenses ficou marcada pelo mau futebol. Com Costinha, o Paços desperdiçou as melhores oportunidades que tinha no seu grupo. As recepções ao Pandurii e ao Dnipro foram hipóteses perdidas. Em ambos os jogos, os nortenhos não conseguiram aproveitar a desinspiração dos adversários, rubricando, nas duas ocasiões, fracas exibições. Henrique Calisto não foi a tempo de fazer um milagre, ainda que tenha empatado os dois últimos confrontos.

O mau desempenho do Paços não será alheio a algo que já mencionámos em textos anteriores: o clube que fechou o pódio do último campeonato não procurou cumprir os traços que vinham formando a sua marca. O clube humilde, aguerrido, que se constituía frequentemente como a porta de entrada de jogadores e treinadores de divisões secundárias para a elite do futebol nacional, abandonou estas características em favor de opções de perfil diferente, começando no técnico que iniciou a época e acabando em muitas das contratações.

Passada que está a fase de grupos, as rondas a eliminar contarão com dois novos representantes. FC Porto e Benfica partem com outras responsabilidades. Só o tempo dirá se ambos conseguirão cumprir as expetativas que as respetivas marcas geram.

Este texto é resultado da colaboração semanal entre o Futebol 365 e o blogue marcasdofutebol.wordpress.com. Esta parceria procura analisar o desporto-rei a partir de um ângulo diferente: a comunicação.

Confira aqui tudo sobre a competição.

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