Comentário: Paços perde com a Académica e discute permanência no 'play off'

Os pacenses jogavam com os "ouvidos" nos jogos dos adversários diretos e bem podem agradecer esta segunda oportunidade ao Vitória de Setúbal, vencedor na receção ao "lanterna vermelha" e agora despromovido Olhanense, por 3-1, depois de o Belenenses, que já partia em vantagem, ter garantido a permanência direta, ao vencer em casa o Arouca (1-0).

Após um histórico terceiro lugar, a equipa agora orientada por Jorge Costa conseguiu um mínimo histórico de pontos na I Liga (24, contra 25 em 2007/08) e o pior registo de sempre de golos sofridos (59, mais seis do que em 2011/12), terminando em igualdade pontual com o Olhanense, a quatro da dupla formada por Gil Vicente e Belenenses.

Flávio Boaventura e Buval regressaram ao "onze" do Paços de Ferreira, em substituição de Rafael e Fernando Neto, enquanto, na Académica, Aníbal Capela, Halliche e Moussa foram as novidades de Sérgio Conceição na equipa inicial, por troca com João Real, Ivanildo e Fernando Alexandre.

A Académica, que nunca tinha ganho em Paços de Ferreira, foi uma equipa séria e trabalhou para ser feliz num jogo em que os locais, necessitados da vitória, começaram muito mal, com dois golos sofridos no primeiro quarto de hora (Salvador Agra assistiu Moussa no primeiro e fez o segundo), tirando partido de desatenções defensivas.

Bebé, o desequilibrador do Paços, relançou a equipa, reduzindo aos 18, de cabeça, após centro de Filipe Anunciação da direita, e igualando aos 31, na transformação de uma grande penalidade (a primeira da época dos locais), após mão na bola de Makelele.

O Paços parecia ter ganha o efeito moralizador necessário para dar a volta ao resultado, mas uma insistência do inevitável Salvador Agra, aos 36 minutos, cujo remate torto encontrou um colega para uma assistência fácil de Moussa, funcionou como um "murro no estômago" da equipa.

Antes do intervalo, Tiago Valente desviou um livre de Sérgio Oliveira, o melhor dos locais, mas Ricardo, com uma grande exibição, negou-lhe o golo.

A derrota era um risco demasiado grande para os locais e o empate, procurado mais com a coração do que com a cabeça, esteve perto de acontecer, mas Sérgio Oliveira foi infeliz numa defesa de recurso de Ricardo após mau alívio de um defesa.

Em contra-ataque, os "estudantes" resolveram em definitivo o jogo, a três minutos dos 90, numa arrancada de Ivanildo, antes do meio-campo, concluída com uma assistência fácil para o mais inconformado Salvador Agra, estabelecer o resultado final.

O terceiro golo do Setúbal diante do Olhanense foi festejado timidamente pelos adeptos que resistiram no estádio (parte deles abandonou após o quarto golo da Académica), sem contarem no início da época com uma prestação que levará o Paços a discutir com o Desportivo das Aves, terceiro elegível da II Liga, uma vaga na I Liga em 2014/15.