Ciclistas da Bogotá Humana exibem com orgulho equipamento polémico

No regresso a Bogotá, e numa conferência de imprensa depois de terem participado na Volta à Toscana, em Itália, as ciclistas, uma a uma, despiram as camisolas que tinham vestidas, para mostrar os equipamentos de lycra.

«Trata-se da manipulação de alguém que viu uma fotografia e a partilhou nas redes sociais, tendo uma mente retorcida tido a ideia de fazer uma piada», afirmou o treinador da equipa, Jorge Tenjo.

Angie Rojas, uma das ciclistas e autora do equipamento, explicou que os comentários tiveram início na segunda etapa da corrida italiana, assegurando não ter sido dada relevância por parte da equipa.

«Não demos muita importância ao que vimos nas redes sociais, porque estávamos concentradas na corrida, mas, claro, que nos causou curiosidade esta polémica», afirmou Rojas, que excluiu uma possível mudança de equipamento.

A ciclista negou também que o desenho do equipamento tenha resultado de uma estratégia publicitária e atribuiu a polémica a algum preconceito sexista.

«Creio que há alguns sectores em que a mulher ainda não é tratada como deve ser», lamentou.

O presidente do clube, Carlos Orlando Ferreira, recordou que o equipamento começou a ser utilizado em fevereiro, deixando à interpretação individual o efeito causado: «O efeito de luz é mostrado através das câmaras, cada mente vê o que quer ver».

Na segunda-feira, o presidente da União Ciclista Internacional (UCI), o inglês Brian Cookson, considerou «inaceitável segundo qualquer padrão de decência» o equipamento da equipa feminina colombiana Bogotá Humana.

«Em resposta a muitas pessoas que levantaram a questão sobre o equipamento de uma certa equipa feminina posso dizer que estamos a analisar ao caso. É inaceitável segundo qualquer padrão de decência», escreveu Cookson na sua conta pessoal no Twitter.