Liga Europa: Estoril encerra campanha com empate em Atenas

A equipa portuguesa controlou e dominou toda a primeira parte, jogando instalada no meio-campo grego, mas as duas únicas oportunidades antes do intervalo pertenceram ao Panathinaikos, aos 37 e 38 minutos, por Karelis e Ajagun, o primeiro a isolar-se e a rematar para defesa apertada de Vagner e o segundo a levar a bola a embater no poste, depois de desviada pelo guarda-redes estorilista.

O Estoril teve mais iniciativa, mais posse de bola e jogou sempre com as linhas subidas, no meio-campo adversário, com a equipa grega mais recolhida e incapaz de lançar com eficácia o contra-ataque por mérito da equipa estorilista, cuja pressão imediata após a perda de bola permitia recuperá-la ou, muitas vezes, impedir que o adversário saísse em rápidas transições.

No entanto, o domínio do Estoril foi infrutífero pela incapacidade de criar desequilíbrios no último terço do campo, na fase decisiva da construção de jogo, por falta de discernimento, umas vezes, de qualidade técnica, noutras. A verdade é que o último passe não entrava, os cruzamentos não tinham qualidade e as decisões não eram as melhores nas imediações da grande área grega.

De resto, estas vulnerabilidades do Estoril marcaram o seu percurso na Liga Europa e explicam a sua eliminação perante adversários com os quais a equipa portuguesa se bateu sempre de igual para igual, assumindo uma postura ousada e sem complexos, mas a diferença qualitativa esteve justamente pela incapacidade e ineficácia que revelou na zona de definição.

Na segunda parte, o cariz do jogo mudou radicalmente, sobretudo a partir do golo de Karelis, aos 55 minutos, a que se seguiu um período de desnorte estorilista, aproveitado pelos gregos para criarem mais duas oportunidades soberanas de fazer o segundo golo, de novo por Karelis, que atirou ao poste, aos 59, e que falhou de forma incrível, na cara de Vagner, aos 60.

O Estoril, depois de dominar a primeira parte, parecia à beira de ser goleado, risco que chegou a correr, mas no último de quarto de hora, fruto das alterações introduzidas por José Couceiro, com as entradas de Kléber, Balboa, sobretudo estes, e Diogo Amado, voltou ao jogo e podia mesmo tê-lo vencido, o que seria castigo imerecido para os gregos.

Kléber fez o empate aos 87 minutos, num lance em que beneficiou de alguma sorte no ressalto, mas também do seu próprio mérito, e Balboa, aos 89, fez o inacreditável, que foi não acertar com a baliza escancarada após arrancada de Sebá a oferecer-lhe o golo de bandeja.