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PERFIL: Jorge Jesus regressou finalmente a 'casa'

Jorge Jesus assinou hoje pelo Sporting e trocou a estabilidade proporcionada pelo Benfica nas últimas seis temporadas pela paixão sentida pelo clube de futebol que marcou a sua vida e a sua família.

PERFIL: Jorge Jesus regressou finalmente a 'casa'

Jorge Fernando Pinheiro de Jesus nasceu a 24 de julho de 1954, na Amadora. O futebol e o sportinguismo correram-lhe sempre no sangue, uma caraterística ‘genética’ herdada do pai, Virgolino António de Jesus, avançado do Sporting entre 1943 e 1945.

Homem simples, orgulhoso das suas raízes, despertou para o mundo do futebol, aos 16 anos, como júnior do Estrela da Amadora, mas foi no ano seguinte que cumpriu o seu sonho, o de representar o Sporting, de onde saiu em 1975/76, depois de sucessivos empréstimos.

A carreira como jogador não foi brilhante – passou por Belenenses, Vitória de Setúbal, Farense, União de Leiria ou Estrela da Amadora, entre outros – e terminou aos 35 anos, no modesto Almancilense.

O futebol continuava a ser o seu alimento, por isso, no mesmo ano em que abdicou do seu papel na linha de frente do ataque, sentou-se no banco do Amora e sagrou-se campeão nacional da 3ª divisão (1989/90). Do clube da margem Sul saiu rumo a Felgueiras, onde esteve entre 1993 e 1998, e se tornou herói local, ao conduzir a equipa pela primeira vez à primeira divisão do futebol português.

Depois de uma curta passagem no União da Madeira (1997/98), passou, sucessivamente, por Estrela da Amadora, Vitória de Setúbal, Vitória de Guimarães, Moreirense e União de Leiria, antes de abraçar o desafio do Belenenses (2006/2007).

Seria nos ‘azuis do Restelo’ que Jesus conseguiria os seus primeiros resultados com impacto nacional: na primeira época no Restelo alcançou o quinto lugar no campeonato e apurou-se para a Taça UEFA, tendo ainda chegado à final da Taça de Portugal que acabou por perder frente ao ‘seu’ Sporting.

Mas o ambicioso técnico da Amadora sempre quis mais, tendo ficado um passo mais perto dos ‘grandes’ quando assinou com o Sporting de Braga. A época de 2008/2009 foi quase perfeita – os ‘bracarenses’ foram quintos no campeonato, conquistaram a Taça Intertoto e chegaram aos oitavos de final da Taça UEFA – e despertou o olhar do Benfica.

O contrato de dois anos, mais um de opção, representava o realizar de um sonho, o de treinar um dos três ‘grandes’. A chegada de Jesus foi messiânica, cheia de promessas e ilusões, muitas delas concretizadas.

Acompanhado pelos sempre fiéis Raul José e Miguel Quaresma e bem ao seu estilo, sem papas na língua nem falsas modéstias, que muitas vezes é confundido com arrogância, o técnico gerou uma relação de verdadeiro amor com os benfiquistas, ou não fosse ele o treinador que mais títulos deu ao Benfica.

Desde 2009/10, Jesus, que se chegou a comparar à Paula Rego do futebol, conquistou dez títulos, o último dos quais na final da edição 2014/15 da Taça da Liga. Poucos sabiam que aquela vitória de 29 de maio, em Coimbra, frente ao Marítimo seria a última do técnico sexagenário no comando dos ‘encarnados’, um título que lhe permitiu deixar para trás o brasileiro Otto Glória, que somou nove títulos em oito épocas (1954/59 e 67/70).

Depois do título de campeão nacional no seu primeiro ano de ‘reinado’, festejou mais dois campeonatos, uma vitória na Taça de Portugal, cinco na Taça da Liga e uma na Supertaça, além dos marcos internacionais de ter levado as ‘águias’ a duas finais da Liga Europa.

Apesar dos títulos, Jorge Jesus também teve os momentos menos felizes, como as desavenças com Manuel Machado e Tim Sherwood ou a ‘agressão’ a um polícia em Guimarães, ficando marcado também do momento em que se ajoelhou no golo do Kelvin.

Hoje, com o anúncio da sua contratação pelo Sporting, cumpre-se um ciclo. Jorge Jesus, o filho da Amadora, que só come peixe, alimenta-se de polémicas e se ri de si próprio, chega finalmente a ‘casa’.

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