O presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, disse que a FIFA poderá recuperar a credibilidade se aplicar as reformas feitas pelo organismo após o escândalo que envolveu os Jogos Olímpicos de Inverno de 2002.
Em 1998 surgiram acusações de que membros do COI tinham recebido subornos para atribuir a organização dos Jogos de Inverno à cidade norte-americana de Salt Lake City, caso que levou à expulsão de diversos elementos, embora ninguém tenha sido condenado na justiça.
Em entrevista à Sky News, Bach lembrou as medidas tomadas pelos seus antecessores Juan Antonio Samaranch e Jacques Rogge, pedindo à FIFA que “trabalhe duro nas reformas e na forma como vai abordar estas graves acusações”.
“Tivemos as nossas dificuldades há 15 anos e fizemos duas coisas. Tivemos uma ação rápida sobre os membros, 10 dos quais foram expulsos ou retiraram-se, e fizemos reformas”, disse Bach.
O dirigente alemão, antigo campeão olímpico de esgrima, disse estar “orgulhoso” por terem sido eleitos atletas para o COI e recordou que o organismo “tem regras rigorosas na eleição dos países organizadores”, afirmando que estão a ser preparadas reformas para uma maior transparência.
A 27 de maio, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos indiciou nove dirigentes ou ex-dirigentes e cinco parceiros da FIFA, acusando-os de associação criminosa e corrupção nos últimos 24 anos, num caso em que estarão em causa subornos no valor de 151 milhões de dólares (quase 140 milhões de euros).
A acusação surgiu depois de o Ministério da Justiça e a polícia da Suíça terem detido sete membros da FIFA, num hotel de Zurique, tendo a justiça helvética lançado uma investigação sobre a atribuição dos Mundiais de 2018 e 2022.
Dois dias depois, Joseph Blatter foi reeleito para um quinto mandato à frente do organismo, mas acabou por se demitir terça-feira, na sequência do escândalo.