FIFA: Detido nos EUA dirigente do futebol da Guatemala

O secretário-geral da federação de futebol da Guatemala “foi detido esta manhã [de sexta-feira], sem incidentes, a bordo de um barco cruzeiro” em Port Canaveral, no sudeste dos Estados Unidos, indicou a porta-voz do FBI Kelly Langmesser à agência AFP.

A detenção de Hector Trujillo, que se encontrava na Flórida de férias com a família, foi confirmada mais tarde pela presidente do Tribunal Constitucional da Guatemala, Gloria Porras, que indicou que essa informação foi atestada pela embaixada dos Estados Unidos.

Além de secretário-geral da federação de futebol guatemalteca, Trujillo exerce funções como juiz suplementar na mais alta instância judiciária da Guatemala, pelo que o caso também “afeta o Tribunal Constitucional devido às graves acusações feitas contra um juiz, e às repercussões para todas as pessoas da Guatemala”, disse a responsável.

O Departamento de Justiça norte-americano anunciou esta semana a existência de 16 novos acusados no âmbito do escândalo de corrupção que tem abalado a FIFA, oito dos quais admitiram a sua implicação no caso.

Entre eles figuram também os vice-presidentes da FIFA, detidos na quinta-feira na cidade suíça de Zurique: o hondurenho Alfredo Hawit Banegas e o paraguaio Juan Angel Napout.

A FIFA foi abalada por um escândalo de corrupção em maio, a dois dias da reeleição de Joseph Blatter como presidente do organismo máximo do futebol mundial, num processo aberto pela justiça dos Estados Unidos e que levou à acusação de 14 dirigentes e ex-dirigentes.

No início de junho, Blatter apresentou a demissão, abrindo o caminho para novas eleições, que foram marcadas para 26 de fevereiro de 2016.

A 25 de setembro, o Ministério Público suíço instaurou um processo criminal a Blatter, que foi interrogado na qualidade de arguido, por suspeita de gestão danosa, apropriação indevida de fundos e abuso de confiança.

A 08 de outubro, Blatter, o secretário-geral da FIFA, o francês Jérôme Valcke, e o presidente da UEFA, o também francês Michel Platini, foram suspensos provisoriamente por 90 dias pelo Comité de Ética da FIFA, por implicação no escândalo de corrupção que atingiu a instituição.

Na base das suspensões estão os inquéritos que decorrem no próprio órgão da FIFA, ainda que vários outros responsáveis do organismo mundial estejam também a ser investigados pelas autoridades suíças e norte-americanas.