Jean-Marc Bosman espera nova “revolução” no futebol europeu

Em declarações à agência Lusa, 20 anos depois de ter ‘revolucionado’ o futebol europeu, Jean-Marc Bosman, agora com 51 anos, diz mesmo serem “aberrantes” os valores pagos pelas transferências dos jogadores, realçando a necessidade de “limpar o futebol”.

“Vamos analisar essa situação com a FIFPro [Associação Internacional de Sindicatos de Futebolistas]. Neste momento está contra os princípios da Lei Bosman, que prevê a livre circulação de futebolistas, como qualquer trabalhador em qualquer empresa. Já foi apresentada uma queixa nesse sentido, até porque vai contra qualquer norma jurídica”, disse.

Medindo bem o peso das palavras e sabendo perfeitamente o alvo a atingir, as críticas de Bosman não se ficam pela UEFA e atingem mesmo a FIFA, organismo que considera pouco claro e que cozinha a própria legislação.

“A FIFA está assente em normas jurídicas que são falsas. Eles fazem a sua própria legislação. Há que encontrar as pessoas certas para levar o processo adiante. O sistema está afetado pela base”, asseverou.

Para fazer desmoronar o baralho, o antigo jogador receita apenas a união entre os futebolistas.

“Se nas empresas os trabalhadores têm direitos, no futebol os futebolistas também os têm. Há a necessidade de haver solidariedade entre os jogadores. Se for colocado um processo no tribunal europeu contra este tipo de situação não tenho dúvidas que estará ganho”, afirmou.