Sérgio Conceição: «Foi um excelente jogo da nossa parte»

[A semana] Não foi fácil. Demos uma resposta muito positiva. Esse tema foi falado no balneário. Hoje, estou muito feliz pelos jogadores, que fizeram um trabalho fantástico de gente que quer crescer, que quer melhorar, que interioriza aquilo que fazemos nos treinos. Os adeptos são muito apaixonados, vivem muito o jogo. Não sou muito destas coisas, mas tenho de admitir que foram mais uma vez fantásticos.

A estratégia foi aplicada de forma muito positiva. Sabíamos os pontos a anular e as fragilidades que o FC Porto tem. Foi um excelente jogo da nossa parte, na interpretação da estratégia para o jogo. É verdade que queria jogar mais alto, no meio-campo ofensivo e, para quem diz que o Sérgio Conceição é um treinador à imagem dos valores defensivos com que jogou em Itália, não tem nada a ver, tem a ver com a equipa que se treina e com o modelo aplicado para ganhar pontos.

[Sobre o Vitória ter segurado a vantagem desde os quatro minutos] Quando fizemos o golo aos quatro minutos, pensei que poderíamos fazer mais um golo ou dois, pelo que tínhamos estudado do FC Porto. Sofremos algumas situações que são normais, de uma equipa forte, com jogadores capazes. Aquilo que fizemos em termos defensivos foi fantástico, porque houve situações no jogo que nos obrigaram a baixar as linhas. Os jogadores interpretaram na perfeição. Tivemos situações em frente ao Casillas, mas o FC Porto teve uma ou outra ocasião. Penso que o resultado é justo.

Nem hoje, ao ganhar ao FC Porto, está tudo bem, nem há uma semana atrás, com o Arouca, estava tudo mal. Existem situações que nós vamos lidando com os jogadores, vamos conhecendo e incutindo. A maior qualidade que eles têm é a humildade de quererem aprender. Esta equipa tem muito para melhorar, até porque muitos dos jogos que nós perdemos têm a ver com situações próprias da juventude.

[Sobre a estreia de Tyler Boyd] É mais um jovem que faz parte dos 50 jogadores que a equipa A e a equipa B têm. Estamos atentos à evolução da equipa B para ver os jogadores jovens. Aliada à qualidade de jogadores, a falta de soluções [também contribuiu para isso], sem o Licá e o Otávio, que têm sido titulares ultimamente. O Montoya e o Joseph voltaram nesta semana. As soluções não eram muitas, mas isso faz parte dos princípios do clube, de potenciar jovens.

Não quero falar [sobre a possibilidade de treinar o FC Porto]. O abraço aos jogadores foi espontâneo pela semana difícil que tivemos. Eles leem o que vem na comunicação social e não é fácil trabalhar sobre tantas notícias. Criou alguma instabilidade. Nasci num meio muito humilde. Tenho os meus defeitos, mas tenho princípios, transmitidos pelos meus pais, de que nunca abdicarei, a dignidade, a sinceridade e a frontalidade. Já não posso ver os meus pais, mas, de certeza, que eles estarão felizes pelo que foi conseguido".