Crónica: FC Porto arranca triunfo ao União da Madeira no ‘cair do pano’

Com uma exibição irregular, que não disfarçou as ‘feridas’ da derrota da última jornada, frente ao Sporting de Braga (3-1), os ‘dragões’ deixaram-se empatar, depois de estarem a vencer por 2-0, já na segunda parte, após um ‘bis’ de Danilo Dias.

Mas um golo de Corona, aos 87 minutos, acabou por garantir os três pontos aos nortenhos, salvado a equipa de um maior ‘coro’ de assobios no final da partida.

Com este resultado, o FC Porto manteve-se no terceiro lugar do campeonato, com 58 pontos, atrás de Sporting (62 pontos) e Benfica (61 e menos um jogo), enquanto o União da Madeira continua em 15.º, com 25.

Com Aboubakar, Chidozie e Corona de regresso ao ‘onze’ e Sérgio Oliveira em estreia como titular, no campeonato, o FC Porto até forçou uma entrada forte no desafio, mas, ainda assim, sem a intensidade para deslumbrar as ‘despidas’ bancadas do Dragão nos primeiros minutos.

Com um futebol pouco objetivo em termos ofensivos, os ‘azuis e brancos’ sentiam dificuldades em encontrar ‘brechas’, e só protagonizaram o seu primeiro remate, digno de registo, já perto do quarto de hora, num ‘tiro’ de longe de Rúben Neves, por cima.

Do outro lado, o União da Madeira, que estreava na baliza o guardião Ricardo Campos, devido à indisponibilidade de André Moreira e Raul Godiño, mostrava-se demasiado nervoso, com parca inspiração nas saídas para o contra-ataque, tornando-se uma ‘presa’ fácil sempre que o adversário imprimia velocidade.

Brahimi era, nesta fase, um constante ‘quebra cabeças’ para os madeirenses, mas graças à falta de clarividência dos nortenhos no último passe, os insulares foram conseguindo ‘arrastar’ o nulo.

A resistência do União acabou, no entanto, por ser dobrada aos 24 minutos, quando o FC Porto finalmente protagonizou uma jogada estruturada. Sérgio Oliveira desmarcou Maxi Pereira, que depois de deixar o oponente Amilton pelo caminho, ofereceu o golo a Aboubakar, que, sem oposição, só teve de encostar para o 1-0.

Só em desvantagem, o União conseguiu criar o seu primeiro lance de perigo, aos 36, mais uma vez num contra-ataque, com Amilton a finalizar a jogada com um remate que mereceu defesa aplicada de Casillas.

O FC Porto sentiu o atrevimento contrário, e abandonou a postura confortável da vantagem para pressionar um pouco mais o último reduto adversário, mas o melhor que conseguiu fazer, até ao intervalo, foi um remate de Aboubakar contra o guarda-redes unionista.

O período de descanso não mudou o paradigma do jogo, devolvendo um FC Porto, novamente mais pressionante, mas, desta vez, com a pontaria um pouco mais afinada.

Assim foi aos 51 minutos, quando Sérgio Oliveira voltou a ser decisivo, desta vez, a assistir Herrera, que, depois de deixar o lateral direito Paulinho ‘pregado’ ao chão, rematou em jeito para o 2-0.

Com uma vantagem de dois golos, o FC Porto voltou a relaxar, abrandando na intensidade ofensiva, perante um União que parecia não ter andamento para responder.

No entanto, duas decisões acertadas de Luís Norton de Matos no banco dos madeirenses, na aposta em Cadiz e Danilo Dias, viriam mudar o rumo dos acontecimentos.

Isto porque, aos 61 minutos, os dois jogadores lançados nesta segunda parte construíram o 2-1, numa jogada de contra-ataque iniciada por Amilton, trabalhada por Cadiz e finalizada por Danilo Dias.

A surpresa no Dragão surgiu cinco minutos depois, com exatamente o mesmo trio, e pela mesma ordem de tarefas, a restabelecer o empate, despoletado o ‘coro’ de assobios das bancadas.

Tolhido pela reação dos madeirenses, o FC Porto demorou a voltar a pautar o ritmo do desafio e, durante 20 minutos, foi inconsequente nas suas movimentações.

A ‘redenção’ dos portistas acabaria por chegar aos ‘cair do pano’, com Corona a combinar com o recém-entrado Suk e a rematar forte para 3-2 final, que, apesar de apaziguar os adeptos, não foi suficiente para calar o descontentamento das bancadas.