O Qatar, organizador do Campeonato do Mundo de futebol de 2022, nomeou hoje uma comissão independente para avaliar as condições de trabalho dos operários, depois da Amnistia Internacional ter acusado o país de mão de recorrer a obra escrava.
"Em linha com o nosso compromisso de melhorar as condições dos trabalhadores, esta escolha de uma terceira entidade, totalmente independente, era um passo importante para nós", disse Hassan Al-Thawadi, secretário-geral do comité organizador do Mundial de 2022.
A empresa londrina Impactt foi selecionada como "terceira parte independente" para analisar, imparcialmente, o recrutamento, as condições de trabalho e o alojamento.
No seu sítio oficial, a Impactts apresenta-se como "especializada na ética comercial, nos direitos humanos e nas normas laborais", anunciando a intenção de colocar "os trabalhadores no centro da sua análise".
A 31 de março, a Amnistia Internacional (AI) reportou abusos perante os operários, alertando para o uso de mão de obra escrava, sem condições dignas de alojamento e de trabalho, naquela que foi a primeira alegação da AI, por violação de direitos, antes do início de uma competição.
"O abuso dos trabalhadores é uma mancha na consciência do futebol mundial. Para os jogadores e adeptos, um estádio de um Campeonato do Mundo é um lugar para sonhar, mas para algumas pessoas que falaram connosco é um pesadelo”, afirmou, na altura, o secretário-geral da AI, Salil Shetty.
Mesmo alertando para as condições, a Amnistia Internacional já veio a público reconhecer alguns progressos, visto pela organização do Qatar como um sinal importante para o futuro.
"Vamos continuar a melhorar em cada passo deste caminho, para que se cumpram as regras e o bem-estar dos trabalhadores de forma transparente", finalizou Al-Thawadi.