Crónica: FC Porto ‘esbarra’ em Defendi e perde em Paços de Ferreira

O golo que fez a diferença no resultado e possibilitou a terceira vitória pacense diante dos ‘azuis e brancos', algo que não acontecia no campeonato desde 2002/03, foi anotado por Diogo Jota, aos 80 minutos, numa jogada pela direita em que interveio Edson Farias e o lateral Bruno Santos, autor do centro.

Com esta derrota, o FC Porto manteve o terceiro lugar, com os mesmos 61 pontos, mas voltou a perder terreno para os rivais, entregando praticamente a discussão do título no Benfica, atual líder, com 73 pontos, e Sporting, segundo classificado, com 71.

O Paços de Ferreira, por sua vez, que teve hoje no guarda-redes Rafael Defendi uma barreira intransponível, ascendeu ao sétimo lugar, com os mesmos 39 pontos do Estoril-Praia, ganhando um novo alento na discussão pelo sexto lugar.

As duas equipas estavam pressionadas pelas derrotas na última jornada, com efeitos mais negativos para o FC Porto, surpreendido em casa pelo lanterna-vermelha Tondela (1-0), mais longe dos rivais e com tolerância zero dos exigentes adeptos, ao passo que Paços de Ferreira tem a seu favor a permanência alcançada atempadamente.

Vários regressos no Paços de Ferreira, após lesões e castigos, implicaram alterações na equipa, devolvendo ao ‘onze' os defesas Fábio Cardoso e Hélder Lopes, o médio Pelé e ainda Barnes, no ataque, em substituição de Paulo Henrique, Roniel, cedido pelo FC Porto, o júnior Edu Pinheiro e ainda Carlos Ponck.

No FC Porto, José Peseiro prescindiu de Aboubakar e apostou em Suk no centro do ataque, trocando ainda Brahimi, que, à exceção da jornada inaugural, jogou sempre de início, por Varela, titular para o campeonato somente nas primeiras três rondas.

Estas alterações não melhoraram a equipa ‘azul e branca', que ficou ‘órfã' de referências no ataque, apesar da disponibilidade do sul-coreano, comparativamente maior à apagada exibição do internacional português.

O FC Porto assumiu as despesas do jogo, mas lateralizava em demasia o seu jogo e jogava em ritmo lento, facilitando a tarefa defensiva dos locais, que só por uma vez, aos 19 minutos, chegaram com algum perigo à área contrária, numa hesitação de Cassillas, após atraso de Chidozie.

Os ‘azuis e brancos', que tinham apenas Sérgio Oliveira a pressionar na saída contrária, vivia muito da inspiração individual dos seus jogadores, com Corona em destaque no arranque da partida e protagonista do lance de maior emoção no primeiro tempo, aos 27 minutos, quando recebeu a bola sobre a esquerda, passou vários adversários e quase marcou.

Brahimi entrou na segunda parte, surpreendendo a opção por Corona, face ao ‘apagão' de Varela, e o FC Porto ganhou nova dinâmica, empurrando o Paços para a sua área, acumulando diversas oportunidades para chegar ao golo.

Sérgio Oliveira, Chidozie, Maxi e Brahimi causaram perigo, parecendo antecipar o merecido golo, mas o técnico pacense surpreendeu ao trocar um médio ofensivo, Minhoca, por um ponta de lança, Cícero.

Esta aposta ofensiva surpreendeu os portistas, mas, após alguns minutos de adaptação, a equipa de José Peseiro voltou a pegar no jogo e fez sobressair o guarda-redes brasileiro do Paços, com várias intervenções fantásticas, a negar o golo nomeadamente a Sérgio Oliveira e André Silva, por duas vezes, a última no último minuto dos descontos.

Nesta altura, o Paços já estava em vantagem, num lance pela direita, com Edson Farias e Bruno Silva no último passe, em que Layún pareceu mal batido, e conclusão de Diogo Jota.

O FC Porto queixa-se de uma falta na área contrária sobre Suk, mas os locais também reclamaram de um lance de Danilo sobre Jota na área de Casillas e do segundo amarelo não exibido a Chidozie, após falta sem bola sobre Bruno Moreira, antecipando a sua substituição.