O Atlético Madrid garantiu hoje o regresso à final da Liga dos Campeões de futebol ao perder por 2-1 em Munique frente ao Bayern, dando uma lição de como deve defender uma equipa de alta competição.
Dois anos depois de perder a Liga dos Campeões para o Real Madrid no Estádio da Luz, em Lisboa, o Atlético assegurou novamente um lugar na final num jogo frenético, de grande intensidade, até ao apito final.
Marcar um golo à equipa que melhor defende na Europa é tarefa hercúlea, marcar dois, como fez o Bayern é uma demonstração do poderio ofensivo dos alemães, que fizeram a despesa toda do jogo e criaram oportunidades de golo suficientes para dar a volta à eliminatória, mas depararam com um guarda-redes sensacional como Oblak e uma equipa que a defender é quase intransponível.
O Bayern entrou, como lhe competia, a pressionar intensamente, a forçar o Atlético a defender com o bloco baixo, sem conseguir tempo ou espaço para saídas para o contra-ataque, e só Oblak evitou o 1-0 aos 20 minutos ao fazer a ‘mancha’ a Lewandosvki, após um lançamento longo de Boateng a isolar Muller nas costas da defesa espanhola.
O mesmo Oblak evitaria que o Bayern inaugurasse o marcador quatro minutos depois, de novo na cara de Lewandosky, mas os alemães acabariam por chegar ao golo que já justificavam com alguma sorte à mistura, na marcação de um livre em que a bola rematada por Xabi Alonso foi desviada na perna de Giménez e traiu o guarda-redes esloveno.
Três minutos depois, o Atlético ainda não refeito do golpe, sofreu outro, com um penálti cometido por Giménez sobre Javi Martinez, ao agarrar ostensivamente o adversário num lance de bola parada.
No entanto, Oblak, mais uma vez, revelar-se-ia determinante, ao defender o penálti cobrado por Muller, o qual, a ser concretizado, deixaria a equipa de Diego Simeone numa situação complicada, a ter que assumir o jogo, aspeto em que se sente menos confortável.
Na segunda parte, o Atlético, num lance exemplar de contra-ataque, cujos últimos protagonistas foram Fernando Torres e Griezmann, chegou ao empate aos 54 minutos, deixando o Bayern a dois golos do apuramento perante um adversário que é uma ‘muralha’ a tapar os caminhos que levam à sua baliza.
Parecia uma tarefa impossível, mas o Bayern manteve a pressão e a intensidade de jogo, forçando o Atlético a cometer erros, como o que resultou no segundo golo dos alemães, aos 74 minutos, com Alaba a cruzar para o segundo poste, onde Vidal, nas costas de Filipe Luís, saltou mais alto e ofereceu o golo a Lewandoski.
O Bayern tinha um pouco mais de um quarto de hora para fazer um golo, pondo à prova a coesão defensiva dos ‘colchoneros’, mas tudo pareceu desmoronar-se, aos 84 minutos, quando Javi Martínez travou em falta Fernando Torres já dentro da área.
O mesmo Torres, encarregado de bater a falta na ausência Griezmann, habitual ‘batedor’ que tinha sido substituído dois minutos antes – permitiu a defesa de Neuer, mantendo o Bayern na discussão da eliminatória.
Nessa altura, emergiu a capacidade de sofrimento e de comprometimento de toda a equipa do Atlético, que defendeu como se a sua vida dependesse de evitar mais um golo baliza de Oblak, num final empolgante e imprevisível.
Em busca do seu primeiro título na ‘Champions’, o Atlético de Madrid repete as presenças nas finais de 1974 e 2014. A 28 de maio, em Milão, pode ser reeditada a final de há dois anos, se o Real Madrid eliminar na quarta-feira o Manchester City, uma semana depois do 0-0 em Inglaterra.
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