Primeira Liga: União da Madeira - Rio Ave (declarações)

Luís Norton de Matos (Treinador do União da Madeira): "É um dos dias mais tristes e dos mais frustrantes. Quando se perspetivou a época, sabíamos todos, que a formação de uma equipa completamente nova e com alguma inexperiência, condenava-nos logo à partida. Fizemos um campeonato extremamente coerente. Não foi hoje que ‘cavámos’ a descida. Temos que ver os jogos que fizemos em casa, nesta segunda volta, que nos permitiria ter alguma vantagem. Por razões e culpas próprias, outras por razões alheias, que são muito difíceis de dominar. Fizemos alguns jogos com momentos brilhantes e não dava para pensar, que isto acontecesse. Ao intervalo acreditava piamente na vitória. Sabia que só tínhamos essa alternativa. Não me surpreende nada que o Tondela tivesse ganho à Académica e que o Setúbal empatasse. A única conta possível para nós era ganhar o jogo. A expulsão no inicio da segunda parte, condicionou logo o jogo. Sou apologista de arbitragens mais adaptadas aos jogos, que não penalizem imediatamente um jogador. Nenhuma equipa consegue estar concentrada, sofrendo golos como sofremos. Assumo as responsabilidades que tenho. Podíamos ter mais de trinta pontos por esta altura e ter entrado neste jogo fazendo a festa. A equipa provou que tinha meios humanos mais do que suficientes, para ter a sua independência na I Liga este ano. Esta descida é injusta, cruel e dura. Todos levamos um murro no estômago. Faltou-nos, neste jogo, ter um maior equilíbrio no nosso jogo e o talento individual que fizesse a diferença.

Quando caímos temos de nos levantar. Também é muito difícil para mim, pois é a primeira vez que me acontece".

Pedro Martins (Rio Ave): "Espero que o União rapidamente volte aos grandes palcos. Peço desculpa se nos excedemos em algum momento no final. Eu já passei pelo que o União está a passar e sei que não são momentos fáceis. O futebol tem momentos ingratos e tenho que deixar uma palavra de apreço para o Norton de Matos. Somos das equipas que assumimos a Europa, tal como o Nacional o Marítimo e o Vitória de Guimarães. Estivemos 23 jornadas em lugares europeus. Este grupo merece, pois trabalhou intensamente nos momentos difíceis. Para esta última jornada havia vários fatores, mas a equipa acreditou, mesmo estando a perder por um a zero ao intervalo. Conseguimos dar a volta ao jogo. Tenho que endereçar os parabéns a este grupo de trabalho, ao presidente e a toda a estrutura e à cidade de Vila do Conde, que tanto merece. Cumprimos a nossa obrigação. Quando há um querer e uma ambição é possível fazer história. Hoje é para festejar, depois vou falar com o presidente e ver o meu futuro. Quero endereçar os parabéns ao Feirense, pela subida de divisão, pois é o clube do meu coração".