O Sporting perdeu o campeonato para o Benfica por apenas dois pontos, mas esteve na luta pelo até à última jornada da I Liga de futebol, como Jorge Jesus prometera, e bateu o recorde de pontos do clube.
Fê-lo superando o melhor registo, que remontava à época de 1990/00, quando os leões somaram 77 pontos, sob o comando técnico de Augusto Inácio, quebrando um ‘jejum’ de 18 anos sem conquistar o título.
Mesmo convertendo todas as épocas da história dos campeonatos nacionais para um sistema de três pontos por vitória, nunca o Sporting atingiu os 86 pontos que a equipa de Jorge Jesus somou na presente edição.
A vez em que mais se aproximou foi há 16 anos, na época de 1990/91, convertendo os 56 pontos que o Sporting somou, então treinado pelo brasileiro Marinho Peres, para 80, que resultam da soma pontual das 24 vitórias e oito empates que obteve (além de seis derrotas).
Na campanha atual, o Sporting superou essa marca num campeonato mais curto, com 34 jornadas, o que significa o melhor aproveitamento pontual dos últimos 35 anos de história do clube, ao somar 86 pontos dos 99 que disputou, sinónimo de um aproveitamento de 86,9 por cento.
O Sporting teve uma fase negativa que se revelou fatal para a conquista título, e que coincidiu com a viragem da primeira para a segunda volta, desde meados de janeiro até ao início de março, numa altura em que a equipa deu claros sinais de quebra de rendimento e de forma de alguns jogadores nucleares.
Tudo começou com o empate caseiro a dois golos frente ao último classificado, o Tondela, a 15 de janeiro, a que se seguiram outros dois empates sem golos, um em Alvalade, frente ao Rio Ave, a 08 de fevereiro, e outro em Guimarães, frente ao Vitória, para culminar com a derrota por 1-0 em casa frente ao Benfica uma semana depois, a 05 de março.
Neste período crítico conjugaram-se vários fatores, desde uma evidente quebra física da equipa, refletida na falta de frescura dos jogadores, passando pela gestão do caso Teo Gutiérrez e o abaixamento de rendimento de Bryan Ruiz, para culminar com a instabilidade do setor defensivo.
Pegando neste último ponto, a juntar ao défice de qualidade das opções para a lateral direita e o eixo central, Jesus viu-se confrontado com uma onda de lesões (Paulo Oliveira, Ewerton e Naldo) durante meses, que só superou desde a contratação de Coates, o regresso de Rúben Semedo, e a afirmação (tardia) de Schelloto, que estabilizaram, finalmente, o setor.
De resto, não foi por acaso que a melhor fase do Sporting – com nove vitórias consecutivas – surgiu entre a 26.ª e a 34.ª jornadas, as últimas nove, após a derrota crucial com o Benfica em Alvalade, à 25ª.
O ‘apagamento’ de Teo, que se prolongou por meses, foi determinante para a quebra da produtividade ofensiva, razão pela qual Jesus procurou uma alternativa – Hernán Barcos – no mercado de inverno, que se revelou um fiasco, agravado pela venda do passe de Montero para um clube chinês.
O treinador do Sporting vangloria-se da equipa ser a que melhor futebol praticou em Portugal, mas em termos de eficácia na finalização do seu jogo ofensivo revelou dificuldades e menor capacidade do que o rival Benfica.
O Sporting liderou o campeonato durante 22 das 34 jornadas, em 15 delas isolado e em sete acompanhado.