Euro-2016: Marcoussis ainda acredita em Portugal e pede Quaresma no ‘onze’

A pequena vila francesa, a cerca de 30 quilómetros de Paris, foi o local onde a equipa das 'quinas' montou o 'quartel-general' para preparar o Campeonato da Europa e a presença portuguesa faz-se notar em cada esquina.

As bandeiras encarnadas e verdes, com a esfera armilar no centro, são às dezenas e rivalizam 'ferozmente' com as francesas, seja em janelas de casas, restaurantes, 'patesseries' (pastelarias) ou até mesmo numa barbearia.

Os cerca de 8.000 habitantes estão pouco habituados a receber estrelas do desporto-rei, só que, por estes dias, Marcoussis tornou-se na capital do futebol português e tem sobre si todos os olhos de um país 'à beira-mar plantado', mas não só.

Naquela zona, como não poderia deixar de ser, também há portugueses, provando efetivamente que os há em qualquer canto deste mundo. E estão atentos ao que faz a equipa comandada por Fernando Santos, mesmo que a estreia no Euro tenha sido uma desilusão.

"Não fiquei muito contente com o jogo. Não sabemos se vamos ver o campeonato completo ou só metade. Se não ganha à Islândia, não sei se ganha à Áustria, porque é mais difícil", disse à agência Lusa António Pinto, que nasceu em Beja e veio para França com seis anos.

De resto, este empreiteiro, de 52 anos, levanta algumas reservas quanto ao futuro da seleção em França.

"Os coxos também andam. Podem ir coxos e chegar até ao fim", atirou.

Uma "desfeita" foi também o que sentiu José Manuel Fonseca no final da primeira partida. Mesmo tendo nascido em terras gaulesas, este luso descendente, de 43 anos, quer ver Portugal, "o país, o sangue", campeão europeu.

"É o país, é o sangue. Gostávamos que ganhasse cá na França. França é o segundo país, é a segunda casa. Portugal tem de ganhar, tem de ganhar cá. Somos todos portugueses e estamos todos com a seleção", afirmou à Lusa.

Mas, para isso acontecer, José Manuel diz que "Quaresma tem de jogar de princípio", apesar de a seleção ser "uma equipa e não só um jogador".

"Gosto muito do Quaresma, fez jogos de preparação muito bons. Para mim, o Quaresma tem de jogar de princípio. Quaresma de um lado e Nani do outro. É uma equipa, temos o melhor jogador do mundo na nossa terra, no nosso sangue, mas é uma equipa", vincou, antes de lançar o desejo para este Europeu: "Quero Portugal na final e a dar 3-0 à França."

Mais pessimista está Luciano Morais, que, mesmo tendo tatuado na pele o amor à seleção nacional (e ao FC Porto), vaticina uma caminhada curta de Portugal neste Euro.

"Acho que Portugal está cada vez a jogar pior. Isto é uma miséria. Não conseguir ganhar à Islândia é uma miséria. Na minha maneira de ver, podemos fazer as malas. Falta tudo. Falta jogadores que tenham vontade de jogar", lamentou à Lusa.

Contudo, este filho de portugueses, que nasceu em Espanha e viajou para França com apenas sete meses de idade, acredita que a seleção nacional "talvez passe a fase de grupos, com muita sorte".

"É preciso dar um puxão de orelhas e dizer que estamos aqui para ganhar. Temos jogadores que valem milhões e estão no campo e não fazem nada", disse, considerando que "Quaresma é o único que está a jogar com garra" e que Cristiano Ronaldo "tem sido uma miséria", mesmo sendo "um dos melhores do mundo".

Portugal defronta hoje a Áustria, a partir das 21:00 (20:00 em Lisboa), no Parque dos Príncipes, em Paris, na segunda jornada do grupo F do Euro2016.