Declarações após o Vitória de Guimarães - Sporting de Braga

Pedro Martins (Treinador do Vitória de Guimarães): "Ninguém gosta de perder, como é evidente, depois de um excelente jogo que fizemos, nomeadamente na segunda parte.

Entrámos bem no jogo. Muito sinceramente, houve 10, 15 minutos em que conseguimos fazer o que pretendíamos: jogar no reduto do Braga. Depois do golo, a equipa intranquilizou-se. Reconheço que houve alguns períodos em que não conseguimos ligar o jogo. Começámos a jogar um futebol mais direto. Nesse momento, ficámos mais expostos às transições. Mas, na primeira parte, os últimos 10 minutos acabámos por cima.

Na segunda parte, houve um domínio total, jogámos praticamente no meio-campo adversário e não permitimos transições. A equipa teve muita organização e muita alma para conseguir outro resultado. O futebol, infelizmente, tem destas coisas. No entanto, há que levantar a cabeça. Jogando perante o nosso público com este entusiasmo, vamos fazer um grande campeonato.

Os lances falam por si. Fomos superiores na posse, em remates, em cruzamentos, no número de ataques. Estivemos por cima. A jogar desta forma, iremos ganhar muito mais vezes".

José Peseiro (Treinador do Sporting de Braga): "Começar a I Liga ganhando é sempre bom. Ganhar a um rival, num jogo desta emotividade, com muitos adeptos nossos, também é muito bom, e trabalhar em cima de vitórias é bem melhor.

Fomos felizes neste jogo. Ganhámos 1-0, inclusive com um penálti que o Marafona defendeu. Tivemos a nossa parte de felicidade, mas também é verdade que a felicidade se procura.

Na primeira parte, fomos muito perigosos naquilo que esta equipa faz melhor, que é a transição ofensiva. Poderíamos ter feito mais um ou dois golos. No entanto, gostaria que a equipa tivesse mais bola, mesmo numa primeira parte em que criámos mais situações de golo.

O [Vitória de] Guimarães, na segunda parte, foi mais forte do que nós. Empurrou-nos, pressionou-nos, com boa capacidade de rotação da bola e cruzamentos para dois avançados, o que nos criou problemas. Não fomos tão fortes como gostaria, que era controlar os momentos do jogo em posse. Também a transição ofensiva não saiu com fluidez.

Estamos num processo de envolver a equipa em que entendemos aquilo que é mais importante. Gosto de ter mais bola, de controlar o jogo em posse. Mas sei que a riqueza destes jogadores é a transição ofensiva. Temos de ter um pouco de equilíbrio para controlar o jogo em posse de bola. Temos de nos organizar para isso. É evidente que nenhuma equipa ao segundo jogo pode estar ao nível que se deseja.

No primeiro jogo, [Rafa] foi o jogador que correu mais, e tinha quase a certeza que hoje iria ter mais dificuldades. Há aquele momento em que o jogador treina pouco e está solto, mas, depois, acaba por acumular uma segunda semana dolorosa. Para quem é especialista, é normal que ele não tivesse suportado tanto o jogo. Saiu por questões técnicas.

Enquanto os jogadores não saírem, para mim estão todos disponíveis. O Braga tem vários jogadores, não só o Rafa. Amanhã [segunda-feira], temos treino de manhã, e quando tiver os meus jogadores todos é mentalizá-los e focá-los para jogarem. Os jogadores, pelo valor que demonstraram, têm mercado. Seria bom que nós soubéssemos que vamos contar com esta equipa durante a época. Mas não há que lastimar. É a realidade.

Esta equipa tem um treinador novo. Chegaram jogadores que são valia. Há uma questão de integração. Tenho ideias que são diferentes. O que tenho de estabilidade são os jogadores da época passada. Não jogarem os jogadores que fomos buscar este ano tem a ver com um contexto que não é favorável a que possam expressar o que entendemos que é importante para a equipa. O treino, no dia a dia, é que vai levar a que surjam na equipa".