O "irracional" gasto de alguns clubes chineses na contratação de estrelas internacionais parece estar na ordem do dia, levando o órgão responsável pela regulação do desporto na China a criticar os milhões gastos pelos clubes de futebol do país. O órgão ameaça mesmo introduzir limitações a estes investimentos.
Um porta-voz da administração geral do Desporto assinalou a necessidade de se estabelecer um “valor máximo na compra de futebolistas, bem como os seus salários”, combatendo assim aquilo que considerou serem “gastos irracionais”.
Durante a sua intervenção, o responsável não referiu nomes de futebolistas, mas as declarações surgem poucos dias após as contratações do brasileiro Óscar, ao Chelsea, e de Carlos Tévez, ao Boca Juniors.
Naquela que é a contratação mais cara de sempre do futebol asiático, 60 milhões de euros, o internacional brasileiro chega à China para representar o Shangai SIPG, equipa treinada pelo português André Villas-Boas. Quanto ao avançado Carlos Tévez assinou pelo Shangai Shenshua, por 38 milhões/época.
Após estas sonantes contratações, que agitaram a imprensa internacional, fala-se que os clubes chineses estariam dispostos a desembolsar centenas de milhões de euros em salários para garantirem jogadores como Cristiano Ronaldo e Lionel Messi.
O organismo criticou ainda a compra em grande número de clubes estrangeiros por empresários asiáticos, entre os casos os do AC Milan, Inter de Milão ou Aston Villa.
Como forma de fazer o futebol chinês evoluir, o governo da China chegou a criar um programa a longo prazo, mas os investimentos têm sido canalizados para a compra de estrangeiros e não numa aposta na formação.
Apesar destas contratações milionárias e de uma nítida evolução do campeonato de futebol chinês, a seleção chinesa continua aquém, ocupando um lugar baixo no ‘ranking’ mundial (82.ª).