Crónica: FC Porto empata com Paços Ferreira e fica mais longe do Benfica

Num jogo praticamente de sentido único, o Paços de Ferreira, numa das poucas vezes em que se acercou da baliza de Casillas, ficou a reclamar uma grande penalidade, aos 14 minutos, por mão de Marcano na área portista, num lance disputado com Ricardo Valente em que o central espanhol pareceu projetar o braço.

Os portistas foram quase sempre mais fortes e melhores, mas foi um domínio quase sempre inconsequente: os 13 pontapés de canto conquistados ao longo da partida, 10 dos quais no primeiro tempo, não tiveram correspondência em termos de oportunidades de golo.

Aliás, no primeiro tempo, os lances de maior perigo, protagonizados por Diogo Jota e Óliver, resultaram de passes errados dos pacenses. A exceção foi um lance aos 12 minutos protagonizado por Herrera que, em posição duvidosa, centrou da esquerda mas André Silva chegou atrasado. E, na segunda parte, as ameaças de golo foram ainda mais tímidas, face a um adversário que soube sofrer.

O regresso do campeonato no intervalo da Taça da Liga (só o FC Porto concluiu a participação na fase de grupos) trouxe mudanças aos ‘onzes' de Paços e FC Porto, com os respetivos técnicos a devolverem a titularidade a vários jogadores, em escolhas marcadas por várias ausências, nove nos locais e Brahimi e Danilo pelos ‘azuis e brancos'.

Nuno Espírito Santo, no FC Porto, entregou a baliza a Casillas, numa defesa formada por Maxi e Alex Telles nos corredores laterais, com Marcano e Felipe ao meio. Rúben Neves foi o eleito para render Danilo, expulso em Moreira de Cónegos, como elemento mais defensivo de um meio campo composto ainda por Herrera e Óliver, recuperando o tridente ofensivo formado por Corona, Diogo Jota e André Silva, este após lesão.

Quanto a Vasco Seabra, no Paços, Rafael Defendi recuperou a titularidade na baliza, numa defesa que voltou a contar com o central Ricardo e o lateral esquerdo Filipe Ferreira, ao lado dos repentes Francisco Afonso e Miguel Vieira.

Marco Baixinho voltou ao ‘onze' para formar com Vasco Rocha a dupla defensiva do meio-campo, atrás de Ricardo Valente, outra novidade, Pedrinho e Minhoca, diretamente no apoio ao avançado brasileiro Welthon.

O FC Porto iniciou o jogo obrigado a vencer para não deixar fugir o líder Benfica, vencedor em Guimarães (2-0), e os primeiros minutos mostraram uma equipa determinada, pressionante sem bola e a explorar as faixas laterais, com André Silva a aproximar-se alternadamente dos alas para ganhar os ressaltos.

Limitado ao seu meio campo, o Paços tinha dificuldade em ter e manter a bola, com os passes invariavelmente feitos para o lado e, sobretudo, para trás e as saídas eram feitas com passes em profundidade, fáceis para a defesa portista a jogar de frente.

Neste período inicial do jogo, os ‘azuis e brancos' podiam ter marcado em duas ocasiões, primeiro por Diogo Jota, aos oito minutos, isolado após passe errado de Vasco Rocha, mas com Defendi a levar a melhor no um para um, e aos 12 por André Silva, que falhou a emenda a um centro de Herrera, em posição duvidosa na direita.

Sem nunca perder o controlo do jogo, o FC Porto permitiu reações dos locais, que, aos 14 minutos, ficaram a reclamar (aparentemente com razão) grande penalidade, por mão de Marcano na área, num lance dividido com Ricardo Valente, antes de Óliver, após mais um passe errado dos pacenses rematar fraco.

O Paços ganhou ânimo com este lance e durante alguns minutos pareceu ser capaz de dividir mais o jogo, mas logo os portistas reagiram, mas sempre sem o discernimento capaz de vencer a oposição pacense.

O segundo tempo foi uma réplica do primeiro, com o FC Porto por cima, numa fase inicial com mais envolvimento dos laterais no processo ofensivo, mas sem o resultado desejado por Nuno Espírito Santo.

Alex Telles, Óliver, Rúben Neves e Rui Pedro protagonizaram os lances mais perigosos do FC Porto, mas Rafael Defedi e a defesa pacense conseguiram sempre anular todas as tentativas.

Com este empate, seguinte à polémica derrota em Moreira de Cónegos (1-0), para a Taça da Liga, o FC Porto, ainda no segundo lugar agora com 35 pontos, viu o líder Benfica alargar a vantagem para seis pontos, enquanto o Paços continua a meio da tabela, agora com 17.