Carlos Carvalhal orgulhoso por «marcar a história» do Sheffield Wednesday

Em entrevista à Agência Lusa, Carlos Carvalhal, de 51 anos, assume a importância do feito e faz um "balanço positivo" do trabalho nos ‘owls', que ocupam o sexto lugar na classificação do ‘Championship’, a última de acesso aos ‘play-offs’ que permitem o acesso à ‘Premier League’.

“Fazer história no clube partia logo do princípio, por sermos a primeira equipa técnica não britânica nos 150 anos do clube. Mas, mais do que isso, a nossa impressão digital está bastante marcada. Nos últimos 50 anos, temos o melhor registo de percentagem de vitórias do clube e isto marca. É um marco que fica para o clube", afirma o treinador luso.

O desempenho no comando do emblema de Sheffield já lhe valeu sondagens de outros clubes do ‘Championship’ e até da ‘Premier League’. Contudo, a vontade de ficar na memória dos adeptos do Sheffield Wednesday acabou por falar mais alto e levou o treinador português a permanecer, apesar de ter recebido "convites mais tentadores".

"Estamos a marcar a história e, se calhar, esse foi um dos motivos pelos quais eu e a minha equipa técnica decidimos cá ficar, porque o dinheiro não é tudo. Estar num clube onde mais tarde as pessoas vão recordar-se de ti por razões positivas tem um peso muito grande", confessa.

Sublinhando o significado de uma experiência "acima das melhores expectativas" no que apelida de "país do futebol", Carlos Carvalhal destaca o "saldo extremamente positivo" de 17 meses em Inglaterra.

"Conseguimos no ano passado a final do ‘play-off’, em Wembley, contra todas as expectativas, num ano em que fizemos uma brilhante carreira na Taça da Liga, ao ponto de me atribuírem o troféu de melhor treinador da prova. Até neste ano. as coisas têm corrido bem. Estamos em posição de ‘play-offs’, num campeonato que é o mais duro do Mundo".

Instado a explicar o porquê de considerar "especial" o ‘Championship’, o treinador português realça os muitos jogos, nos quais "as equipas de baixo criam sempre dificuldades" aos mais fortes. A elevada competitividade é também uma ameaça à estabilidade dos próprios treinadores, sendo já Carvalhal um ‘sobrevivente' entre as ‘chicotadas psicológicas'.

"No ano passado, despediram 18 treinadores e este ano mais de uma dezena já foram despedidos. A média de sobrevivência de um treinador aqui é de 13 meses, nós já levamos 17 meses e sempre com a equipa bem posicionada", resume.

O Sheffield Wednesday ocupa atualmente o sexto lugar do ‘Championship’ (segundo escalão inglês), com 45 pontos em 27 jogos, menos 15 do que o líder Brighton & Hove Albion (60/27) e menos 13 do que o ‘vice' Newcastle. Os dois primeiros sobem diretamente à ‘Premier League’, enquanto as equipas entre o terceiro e o sexto posto disputam os ‘play-offs’ de subida.