Declarações do treinador do Sporting de Braga, Abel Ferreira, após o jogo com o Marselha, da segunda mão dos 16 avos de final da Liga Europa de futebol, disputado em Braga, que terminou com um triunfo bracarense, por 1-0.
«Demos uma boa imagem. Foi um grande jogo de futebol. Dou os parabéns aos meus jogadores pela qualidade, pela intensidade, pelo espírito de equipa. Nas duas mãos, o nosso adversário foi melhor, mas hoje claramente o Braga foi superior.
Só não cumprimos o quarto objetivo [na Liga Europa]. O primeiro foi conseguido: entrar na fase de grupos. O segundo era passar, e foi conseguido. O terceiro era passar em primeiro, e foi cumprido. Ficar em primeiro implicaria apanhar um adversário mais acessível. Infelizmente, não foi isso que aconteceu. Assumi o quarto [objetivo] falhado, mas, pior do que não passar, é não ter objetivos.
Eu disse que não podíamos perder uma oportunidade de aprender com aquele jogo [derrota em Marselha, por 3-0], e a prova disso foi o que fizemos hoje aqui. Esta equipa, coletivamente, andou 30% abaixo da média no jogo de lá. Para nos batermos com estas equipas, temos de andar 30% acima. Tínhamos de perceber o que fez realmente a diferença.
Eu falo da derrota abertamente, aprendo com ela, com os erros individuais, meus e dos jogadores, e tornámo-la em grandes oportunidades. Foi o que fizemos na casa de um rival nosso [triunfo sobre o Vitória de Guimarães (5-0)] e hoje, aqui. Esta vitória tem de ser a nossa imagem, da intensidade, com e sem bola. A exigência tem de ser esta, seja qual for o adversário, para que o nosso sonho possa ser realidade.
[Wilson Eduardo] Esse jogador já jogou comigo a avançado. Estes jogadores que estão aqui conheço-os a todos como a minha mão. Uma das funções do treinador é conhecer o homem e o jogador. Nada do que eles fizeram aqui hoje me surpreende. Tenho de ser o ‘cão de caça' para estes jogadores. As vitórias trazem mais exigência, mais alerta, mais foco. Criámos mais oportunidades aqui do que em alguns jogos em casa, com equipas bem inferiores. O jogar para ganhar constantemente dá muito trabalho.
Esta época não falo mais de arbitragens. Eu sinto-me envergonhado por muitas das coisas que vão existindo por essa praça. Se hoje não vencemos por mais, é porque não fomos eficazes o suficiente. O árbitro pode errar um penálti, e temos mais 70, 80 minutos para ir atrás do que queremos. Houve o penálti sobre o Ricardo Horta, o amarelo ao Paulinho, mas não serve de desculpa».