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Carlos Queiroz: «Foi um jogo muito competitivo, minuto a minuto»

Declarações de Carlos Queiroz, selecionador do Irão, o empate 1-1 entre as seleções de futebol de Portugal e Irão, que valeu a qualificação lusa para os oitavos de final do Mundial2018 de futebol.

Carlos Queiroz: «Foi um jogo muito competitivo, minuto a minuto»

“Foi um jogo muito competitivo, minuto a minuto, duelo a duelo, contra uma das melhores equipas do mundo. Sem dúvida, pela disciplina, atitude, controlo e oportunidades, só uma equipa poderia vencer e teria de ser o Irão. Foi competitivo, teve mentalidade, mereceu vencer. Parabéns a Portugal e agora espero que tenha o melhor: depois deste jogo, ganharam um adepto, têm mais um adepto. Espero que chegue à final.

Tenho opinião clara sobre o VAR (vídeo-árbitro), mas devo medir as minhas palavras, porque o pessoal da FIFA está aqui. Preciso de ser cauteloso. Para que todos entendam exatamente a minha opinião sobre o que está a acontecer.

Quando há um penálti, tudo aquece no campo e o meu corpo vai dos 46.º para os 150. Por isso, tirei o casaco. Os treinadores devem saber o que está a acontecer, mas não podem ver. Quando sofremos um penálti a televisão deu cinco/seis repetições em câmara lenta. Quando foi contra Portugal, apenas uma. Como treinador queres saber o que acontece e ninguém deixa. Tens de sair para ver a TV da FIFA para saber o que acontece e orientar os jogadores. Essa é a questão.

Há uma cotovelada (do Cristiano Ronaldo). É cartão vermelho. São as regras. Não interessa se é Messi ou Ronaldo. Voltámos à mesma historia: Quero saber se sou avô ou não. Não quero saber se a minha filha está um pouco grávida ou se há evidências. É um cartão vermelho. A questão para mim não é de arbitragem, é de atitude, coragem e caráter. A decisão tem de ser clara para todos.

Na minha opinião, na de Infantino (presidente da FIFA) e FIFA todos concordam que o VAR não vai bem. Há muitas reclamações. Único pais que não reclamou foi o Irão. Pedimos esclarecimentos, com espírito de humildade. Disseram-nos: 'manda uma carta e respondemos depois no próximo mundial'. Quero saber quem toma as decisões. Os adeptos iranianos encheram os três estádios. Não têm o direito a saber o que está a acontecer?

Os erros humanos eram antes. Jogadores e técnicos cometem erros, árbitros também. Agora há um sistema que custa uma fortuna, alta tecnologia, cinoc/seis pessoas dentro de uma sala e ninguém se responsabiliza? Árbitros em campo que, como Pilatos, lavam as mãos. A decisão de quem está na sala e eles lá em cima não sabem o que fazer. Há que parar.

Estou a criar um problema, mas depois do Mundial da África do Sul2010 (selecionador de Portugal) estou habituado a um país contra um treinador e um treinador contra um país. O que falo não é algo que ofenda. A verdade não é um insulto. Deve ser respeitada. E há pelo menos mais um penálti contra Portugal, do William, mas o VAR não funciona. Qual a diferença de uma cotovelada do Ronaldo ou do Ramin?

Estou feliz, orgulhoso dos meus jogadores. Tinha muitas coisas para dizer aos meus jogadores e meu staff. Só me ocorreu dizer a palavra mais preciosa que existe na vida: obrigado. Obrigado por me terem trazido até aqui. Dizer isso com humildade. Acho que é usar a palavra mais preciosa para expressar gratidão. Também pelos adeptos. Muito pensavam que iríamos ser o bombo da festa do grupo. Não davam nada por nós.

Uma das coisas que fiz no Irão foi juntar o espírito combativo dos jogadores iranianos ao espírito de sacrifício e luta dos pegadores de touros de Portugal. Mostro aos meus jogadores a bravura e como os pegadores de touros vão para a arena, sozinhos, para a cabeça do touro e coletivamente trabalham para domar um animal mais forte. Há oito anos que tento juntar este aspeto cultural do povo português à grande bravura e entrega do povo iraniano.

Hoje tocaram dois hinos. Tenho 36 anos de carreira e das duas seleções no campo eu tenho 20 anos de trabalho, oito no Irão e 12 em Portugal. Foi um momento difícil, muito especial para mim. Cumprimentei um grande amigo, o Fernando Santos, o Godinho e um par de jogadores: o Adrien, o Bruno Alves e o Beto… não me lembro de mais nenhum, mas lembro de todos os brasileiros e espanhóis sempre que jogo com eles que me vêm cumprimentar e abraçar. Depois de trabalhar 14 anos na seleção de Portugal… Alguns em campo começaram comigo nas seleções. Passaram por mim para a cabine…

Confirmo que recebi proposta da federação e a intenção do futebol iraniano estender o contrato, mas não é agora de falar do futuro, mas do presente do futebol iraniano.”

Confira aqui tudo sobre a competição.

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