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«Penta» Brasil ergueu primeiro «caneco» há meio século

O Brasil alcançou o seu primeiro título mundial de futebol há 50 anos, num primeiro passo para o estatuto de maior potência internacional, confirmado com o ''penta'' que ''todo o Mundo tenta'', já em 2002, no Japão.

Os êxitos do ''desporto-rei'', disseminado em ''Terras de Vera Cruz'' no final do século XIX pelas elites britânicas, ajudaram a popularizar a modalidade e contribuíram para os actuais cerca de 40 milhões de praticantes e uma nova e importante fonte de receitas.

Só em 2007, segundo dados da Confederação Brasileira de Futebol, emigraram 1.085 jogadores profissionais e Portugal foi o destino mais comum, com 21 por cento daquele contingente, num total de 227 atletas contratados por ''emblemas'' lusos.

A ''indústria'' dos talentos da bola tem mesmo rendido mais ao Brasil do que outras ''mercadorias'' tradicionais. Segundo o Banco Central do Brasil, as transferências de atletas para o estrangeiro renderam cerca de 300 milhões de euros, entre 2003 e 2006, ultrapassando as receitas de exportação de banana e outras frutas.

O Euro2008 é outro exemplo, com seis atletas naturais do Brasil a actuarem por selecções do Velho Continente: Deco e Pepe (Portugal), Senna (Espanha), Aurélio (Turquia), Guerreiro (Polónia) e Kuranyi (Alemanha).

A consagração chegou após a selecção se ter ficado pelos quartos-de-final do Suíça1954, batida pela Hungria (4-2), e da decepção do último encontro do Mundial de 1950, com o Uruguai (1-2), em pleno e recém-inaugurado Maracanã, com a goleada redentora de 5-2 sobre os anfitriões suecos na final de 29 de Junho de 1958, com ''bis'' do adolescente Pelé.

''E vem outro, mais outro dia/Paira a esperança, junto à fé/A bola em flor no campo: jóia/E seu ourives é Pelé'', escreveu Carlos Drummond de Andrade no poema ''De 7 dias'', elogiando as prestações do jovem Edson Arantes do Nascimento, posteriormente eleito pela FIFA como o melhor de todos os tempos.

A par de Pelé, também Garrincha, Vavá, Bellini, Nilton Santos, Didi e o histórico Zagallo - ligado a todos os títulos brasileiros como atleta, treinador ou dirigente -, se fizeram heróis, 28 anos depois do primeiro Mundial de futebol, no Uruguai, em 1930.

''A taça do mundo é nossa/Com brasileiro não há quem possa/Eh, eta esquadrão de ouro/É bom no samba, é bom no couro'', cantava-se numa marcha que celebrava a conquista daquilo a que Drummond de Andrade chamou ''Divino Caneco''.

No primeiro Mundial com transmissões televisivas, Pelé, com 17 anos, mostrou-se com seis golos, longe do melhor marcador do torneio - o francês e ainda recordista Just Fontaine (13), cuja equipa foi goleada nas meias-finais por 5-2, com três tentos de Pelé.

Quatro anos mais tarde, no Chile, o ''escrete canarinho'', mesmo sem Pelé, que jogou apenas as duas partidas iniciais, antes de se lesionar, somou o seu segundo título mundial, após bater a Checoslováquia (3-1), na final, contando com a arte do ''Anjo das Pernas Tortas'': Mané Garrincha.

Seguiu-se o Inglaterra1966, no qual a selecção portuguesa de Eusébio e a Bulgária impediram o Brasil de chegar à fase seguinte, no Grupo 4, mas em 1970, no México, Pelé e o Brasil alcançaram o ''tri'', já com Tostão, Rivelino, Gerson, Carlos Alberto e Jairzinho, que marcou nos seis jogos e totalizou sete golos.

Na final, diante da Itália, Pelé, Gerson, Jairzinho e Carlos Alberto golearam a ''squadra azzurra'' (4-1), que só respondeu com um tento, da autoria de Boninsegna.

O Brasil esperou então 24 anos para voltar a erguer a ''Copa'', destacando-se a dupla Romário-Bebeto no EUA1994, novamente numa final frente à Itália, mas só no desempate por grandes penalidades (3-2), após um ''nulo'', com o transalpino Roberto Baggio a falhar, imitando os colegas Massaro e Baresi.

Oito anos depois, Ronaldo, com dois golos sem resposta diante da Alemanha, na final, ultrapassou o trauma de 1998 - a final perdida em Paris para a anfitriã França (0-3) -, na companhia de Cafú, Roberto Carlos, Ronaldinho Gaúcho e Rivaldo, entre outros, orientados por Luiz Felipe Scolari no Mundial Coreia do Sul/Japão2002.

O ainda seleccionador de Portugal, prestes a prosseguir a carreira nos ingleses do Chelsea, comandou o ''escrete'' rumo ao ''penta'', mas a velha conhecida Itália, com o triunfo no Alemanha2006, somou o seu quarto título mundial, aproveitando a eliminação precoce dos brasileiros ante a França (0-1), ainda nos quartos-de-final.

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