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Covid-19: Governo de São Tomé encerra principal mercado da capital

O Governo de São Tomé e Príncipe fechou hoje o principal mercado da capital, que acolhia mais de mil feirantes, no âmbito das medidas para evitar a propagação do novo coronavírus no país, disse à Lusa fonte camarária.

Covid-19: Governo de São Tomé encerra principal mercado da capital

"O mercado foi encerrado, foi transferida uma boa parte das feirantes, mas todo o processo de transferência estará concluído esta sexta-feira", disse o presidente da Câmara Distrital de Água Grande, José Maria Fonseca.

A Câmara Distrital de Água Grande é a instituição que controla a venda nos dois principais mercados da capital, mas a decisão de encerramento do mercado municipal foi tomada pelo Governo e o processo de transferência dos vendedores foi organizado e executado pelo Ministério da Defesa e Ordem Interna.

As feirantes foram transferidas em viaturas da polícia e outras alugadas pelo executivo para o novo mercado, em Bobo Forro (a pouco mais de três quilómetros da capital, São Tomé), construído com o financiamento de 1,3 milhões de dólares (cerca de 1,1 milhões de euros) do Banco Africano de Desenvolvimento.

O novo espaço tem uma capacidade para albergar 552 lugares para venda de produtos hortícolas, 252 para peixe e 23 para carne, além de mais de 150 pequenas lojas, e está a ser alvo de obras de alargamento para acolher mais feirantes.

De acordo com o responsável da câmara, no mercado da capital estavam registados um total 890 pessoas, enquanto mais 300 vendiam nos passeios.

O presidente da câmara garantiu que a transferência "foi pacífica", apesar de "algumas pessoas terem inicialmente manifestado alguma resistência".

A presidente da Associação das Feirantes de Peixe e Hortaliça, Iudimila Neto, declarou-se "chateada com o Governo", lamentando que o processo de transferência não obedeceu "àquilo que foi discutido" nas várias reuniões em que participou.

"A maneira como o Governo está a tirar as ‘palaiês’ [designação das vendedoras de peixe] do mercado, muitas delas vão ter de ir sentar-se em casa e são muitas pessoas que estão cá há anos que não vão ter espaço no novo mercado", declarou Iudimila Neto.

"É verdade que lá (novo mercado em Bobo Forro) tem melhores condições para venda, tem melhor conforto, mas eu vivo distante da capital. Pagar táxi até à capital e da capital até lá é muita despesa", reclamou Madi, uma peixeira.

O comandante-geral da Polícia reconheceu que se tratou de "um processo um pouco complicado".

"Estamos a lidar com um processo novo, um processo um pouco complicado", disse aos jornalistas Roldão Boa Morte, congratulando-se, contudo, com o fato das feirantes "terem entendido a mensagem".

"O que nós pretendemos é criar condições para as pessoas venderem com higiene, sobre as mesas e não debaixo de sol e chuva e nos passeios", disse, por seu lado, a diretora das Pescas, Aida Ramos, que no mercado de Bobo Foro organizou o assentamento de cada uma das feirantes.

No entanto, várias pessoas continuam a vender nos passeios em volta deste mercado da capital.

Fonte governamental disse à Lusa que nos próximos dois meses o novo mercado será gerido diretamente pelo executivo, através dos ministérios da Defesa e Ordem Interna, e da Agricultura, Pescas e Desenvolvimento Rural, período após o qual a gestão será atribuída à câmara.

São Tomé e Príncipe tem quatro casos positivos de covid-19, mas que não manifestam sintomas associados a doença.

No princípio da semana, o Governo de São Tomé e Príncipe enviou para um laboratório na Guiné Equatorial 82 novas amostras para testes, cujos resultados deverão ser conhecidos brevemente.

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