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Covid-19: UNCTAD propõe novo acordo global sobre a dívida com perdão de 1 bilião

A Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) propôs hoje um acordo global sobre a dívida que implica a criação de um regulador mundial e um perdão de 1 bilião de dólares.

Covid-19: UNCTAD propõe novo acordo global sobre a dívida com perdão de 1 bilião

"Tomando como exemplo a Conferência de Londres, em 1953, sobre a dívida de guerra da Alemanha, um objetivo de cerca de 1 bilião de dólares [923 mil milhões de euros] parece razoável à luz do peso da dívida que está a esmagar os países em desenvolvimentos devido à covid-19", lê-se no relatório da UNCTAD.

O documento, que apresenta a mais abrangente proposta até agora feita por organizações internacionais sobre a gestão da dívida insustentável dos países mais vulneráveis, responde à expressão 'Grande Confinamento' usada pela economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) para descrever a situação atual e acrescenta-lhe 'O Grande Descalabro', adotando o título 'Do Grande Confinamento ao Grande Descalabro: A Dívida dos Países em Desenvolvimento na Era da Covid-19".

Este relatório, lê-se na introdução, "apresenta uma série de passos que a comunidade internacional precisa de dar para haver alguma hipótese de salvar a Agenda 2030 e avançar para um futuro sustentável e mais resiliente para todos os países".

Assim, a UNCTAD propõe um "Acordo Global da Dívida" baseado em três pontos essenciais: congelamento mais longo e mais abrangente das dívidas a todos os credores, análise de programas de reestruturação para garantir a sustentabilidade da dívida a longo prazo, e a criação de uma Autoridade Internacional para a Dívida dos Países em Desenvolvimento (International Developing Country Debt Authority’, IDCDA, no original em inglês).

"Muitos observadores foram rápidos a desvalorizar estas propostas como politicamente irrealistas e tecnicamente impossíveis, mas enquanto as falhas sistémicas continuarem a ameaçar o sistema global, como é claramente o caso da crise da covid-19, a resistência a reformas mais fundamentais da arquitetura dos mercados financeiros tem de ser vencida", argumenta a UNCTAD.

A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou perto de 184 mil mortos e infetou mais de 2,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Cerca de 700 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram entretanto a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria, Espanha ou Alemanha, a aliviar algumas das medidas.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (46.785) e mais casos de infeção confirmados (mais de 842 mil).

Seguem-se Itália (25.085 mortos, em mais de 187 mil casos), Espanha (22.157 mortos, mais de 213 mil casos), França (21.340 mortos, mais de 155.800 casos) e Reino Unido (18.738 mortos, mais de 138 mil casos).

Por regiões, a Europa soma mais de 114 mortos (mais de 1,2 milhões de casos), Estados Unidos e Canadá quase 49 mil mortos (mais de 882 mil casos), Ásia quase 7.500 mortos (mais de 182 mil casos), América Latina e Caribe mais de 6.100 mortos (mais de 122 mil casos), Médio Oriente perto de seis mil mortos (mais de 138 mil casos), África mais de 1.200 mortos (mais de 25 mil casos) e Oceânia 97 mortos (cerca de oito mil casos).

O número de mortes provocadas pela covid-19 em África subiu para 1.242 nas últimas horas, com quase 26 mil casos registados da doença em 52 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.

O “Grande Confinamento” levou o Fundo Monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 3% em 2020, arrastada por uma contração de 5,9% nos Estados Unidos, de 7,5% na zona euro e de 5,2% no Japão.

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