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Covid-19: PM de Cabo Verde avisa que «não há super-homens» e pede responsabilidade

O primeiro-ministro cabo-verdiano pediu hoje responsabilidade da população nas medidas do estado de emergência e de proteção pessoal social, alertando que «não há super-homens» face à covid-19 nem um polícia para vigiar cada casa.

Covid-19: PM de Cabo Verde avisa que «não há super-homens» e pede responsabilidade

A posição foi assumida durante uma visita a uma fábrica que produz máscaras na cidade da Praia, tendo o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, sido questionado pelos jornalistas sobre o aparente relaxamento das obrigações de recolhimento domiciliário ou distanciamento social, que começa a ser visível na ilha de Santiago, ainda em estado de emergência.

“Não há super-homens face à covid-19, ninguém pense que não pode ser infetado. E pior que estar infetado, é infetar os outros”, afirmou Ulisses Correia e Silva, dando como exemplo as filas que se começam a ver à porta de estabelecimentos na Praia, que hoje registou mais 11 casos confirmados da doença, totalizando 124 dos 186 contabilizados em todo o país desde 19 de março.

“Uma das situações que nós verificamos é filas. Por acaso, já com o novo decreto de execução do estado de emergência, reforçámos as condições para que os bancos tenham um maior período de atendimento, para que haja menos necessidade de filas fora dos bancos. E quando as pessoas têm que fazer filas, têm que respeitar o distanciamento, porque não há outra forma de o fazer. Não é possível ter um polícia à frente de cada casa ou de cada pessoa”, afirmou Ulisses Correia e Silva.

Em pleno estado de emergência, que permanece em vigor desde 29 de março, agora apenas nas ilhas de Santiago (Praia) e da Boa Vista, até às 24:00 de 14 de maio, o primeiro-ministro defende que o que se vê por estes dias nas ruas, com ajuntamentos e filas em diferentes serviços, “não é apenas uma questão de mensagem” à população.

Ainda assim, e tendo em conta a preocupação com a população mais idosa e vulnerável ao novo coronavírus, avisa: “Tem que se reforçar cada vez mais a responsabilidade individual. Como é sabido, o vírus não anda de per si, não cai do céu, é transportado pelas pessoas e as pessoas devem ser cada vez mais responsáveis”.

Horas antes, também o Presidente da República criticou os “desobedientes” às instruções do estado de emergência no país, classificando-os como “heróis do equívoco” que ameaçam “uma comunidade inteira”.

“No meio desta crise, aparecem, amiúde, alguns desobedientes às ordens e instruções fundamentais para o combate, com sucesso, à epidemia, arvorando-se em corajosos, em gente destemida e ‘livre’, quase heróis”, criticou, numa mensagem escrita, Jorge Carlos Fonseca, considerando que se trata de “heróis completamente equivocados”.

Desde as 00:00 de 03 de maio que o estado de emergência permanece em vigor apenas nas duas ilhas que concentram a generalidade de casos de covid-19 no país. Trata-se do terceiro período e que entre outras medidas obriga ao dever de recolhimento, de proibição geral de circulação ou ao encerramento de empresas.

O diretor nacional da Saúde cabo-verdiano, Artur Correia, alertou na segunda-feira para um “certo desleixo” no cumprimento de medidas de prevenção da covid-19 em algumas ilhas, avisando que, se não houver mudança de comportamentos, a situação poderá sair do controlo das autoridades.

“Nós estamos numa situação muito preocupante, a situação da covid-19 em Cabo Verde continua a aumentar, sobretudo no concelho da Praia. Apesar dos bons resultados que já temos na Boa Vista, devemos dizer que temos de estar preparados, vamos ter mais casos”, alertou Artur Correia.

O responsável de saúde notou que o país não pode viver eternamente em estado de emergência ou de contingência, pelo que apelou às pessoas para mudarem comportamentos.

“Nada é como dantes, e aqui não só as autoridades, mas também as populações têm um papel fundamental. Essa mudança de comportamento está nas nossas mãos. A responsabilidade é nossa”, afirmou Artur Correia, dando conta de um “certo desleixo, abrandamento” no cumprimento das medidas, quer de confinamento, quer para evitar aglomeração de pessoas.

Cabo Verde regista um total de 186 casos acumulados de covid-19, distribuídos pelas ilhas de Santiago (127), Boa Vista (56) e São Vicente (03), com dois óbitos e 37 recuperados.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias France-Presse (AFP), a pandemia de covid-19 já provocou mais de 250 mil mortos e infetou mais de 3,5 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

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