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Covid-19: PR de Moçambique admite endurecer estado de emergência

O Presidente da República moçambicano admitiu hoje tomar medidas mais duras no âmbito do estado de emergência para prevenção do novo coronavírus, se persistir o incumprimento de algumas restrições, nomeadamente ao nível da limitação de circulação interna.

Covid-19: PR de Moçambique admite endurecer estado de emergência

"Volvidas duas semanas depois da prorrogação do estado de emergência, a não observância do cumprimento das medidas frustra a expectativa dos moçambicanos, o que poderá forçar o Governo a decretar, nos próximos tempos, medidas mais duras, apertadas, que as atuais", referiu Filipe Nyusi, numa comunicação à Nação.

O estado de emergência vigora desde 01 de abril, tendo sido decretado até final daquele mês e depois estendido até ao final de maio, sendo que o chefe de Estado voltou hoje a apelar ao cumprimento "das regras de distanciamento e proteção".

"Só com um comportamento responsável poderemos evitar um agravamento de medidas" e ter um "regresso gradual à vida normal", acrescentou.

"Os próximos 15 dias são decisivos para determinarmos qual será a nossa forma de estar depois desta segunda etapa", disse ainda o Presidente moçambicano, garantindo que "ainda não é momento para relaxar as medidas".

Hoje foi aberta exceção apenas para o regresso aos treinos dos atletas de alta competição no âmbito da preparação para os jogos olímpicos.

Filipe Nyusi percorreu a lista de medidas impostas pelo estado de emergência que desde 01 de abril recomenda a todos que fiquem em casa.

Mereceram reparos a falta de uso de máscaras em mercados (são visíveis nos transportes e generalidade dos outros locais), a aglomeração de crianças nas ruas, apesar de todas as aulas terem sido suspensas para ficarem em casa, bem como ajuntamentos promovidos à porta fechada por confissões religiosas.

O chefe de Estado queixou-se também de um aumento do número de pessoas que violam regras de quarentena e foi especialmente crítico quanto à falta de respeito pela recomendação de se limitar a circulação interna.

Segundo referiu, havia menos movimento de pessoas dentro do país e suas cidades no final de março do que atualmente.

Ou seja, nota-se alguma tendência de incumprimento, quando o objetivo foi encerrar as aulas e dispensar pessoal do serviço (por exemplo, através da rotatividade) "para evitar fluxo e movimentos".

Só que "não é o que se está a verificar", disse Filipe Nyusi.

"Estes dados indicam tendências de retorno à mobilidade normal, contrariando a recomendação de estar em casa. Tenham consciência que a covid-19 está entre nós e a falha de um pode infetar o outro", frisou.

Ao nível dos impactos, Nyusi admitiu que, com a declaração do estado de emergência, "abriu-se mais um canal de transmissão dos efeitos” da pandemia sobre a economia do país.

O chefe de Estado aludiu ao redimensionamento dos setores, "envolvendo cortes no efetivo laboral", arrastando "impacto negativo sobre o consumo e incerteza sobre o futuro", e referiu as medidas "monetárias, fiscais, aduaneiras e económicas" para mitigação, assim como iniciativas ao nível do "trabalho e segurança social".

No entanto, deixou uma ressalva: "Tenhamos todos a consciência de que estas medidas nunca seriam suficientes para reerguer a nossa economia, mas não se pode dar o que não existe ou não abunda".

A comunicação à Nação de Filipe Nyusi foi feita em direto pela televisão estatal, ao princípio da noite, pelas 17:20 (16:20 em Lisboa), logo após a atualização dos dados da pandemia pelas autoridades de saúde.

O país regista hoje 119 casos de infeção pelo novo coronavírus, sem mortes e com 42 recuperados.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 302 mil mortos e infetou mais de 4,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios. Mais de 1,5 milhões de doentes foram considerados curados.

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