A Federação Alemã de Futebol (DFB) admitiu hoje que os jogadores que fizeram homenagens na última jornada da Bundesliga a George Floyd, afro-americano que morreu a semana passada em Minneapolis, nos EUA, numa intervenção policial, podem ser castigados.
Na última jornada da liga alemã de futebol, vários jogadores fizeram homenagens a George Floyd, de 46 anos, morreu em 25 de maio, em Minneapolis (Minnesota), depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção.
"O regulamento da International Football Association Board [órgão que define as regras do futebol], adotado pela DFB para a temporada 2019/20, indicou que o equipamento [dos jogadores] não podem ter nenhum ‘slogan’, mensagens ou qualquer imagem de caráter político, religioso ou pessoal", disse a DFB, em comunicado.
A DFB lembra ainda que "um jogador ou uma equipa será sancionada pela organização da competição, pela federação nacional ou a FIFA", adiantando que será a comissão de disciplina a decidir este caso.
O norte-americano Weston McKennie, do Schalke 04, e Jadon Sancho e Achraf Hakimi, do Borussia Dortmund, usaram mensagens nos equipamentos.
Já Marcus Thuram, do Borussia Moenchengladbach, ajoelhou-se, um gesto muito usado na defesa dos direitos dos negros.
"Após o seu primeiro golo, ele pôs o seu joelho esquerdo no chão e olhou para o sol, um gesto aberto à interpretação, mas que não vai contra o regulamento", precisou a DFB.
Contudo, o presidente da DFB, Fritz Keller, referiu que "é intolerável que as pessoas sejam discriminadas pela cor da sua pele", dizendo que as vítimas de racismo têm a solidariedade do organismo.
George Floyd morreu em 25 de maio, em Minneapolis (Minnesota), depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção, apesar de Floyd dizer que não conseguia respirar.
Desde a divulgação das imagens nas redes sociais, têm-se sucedido os protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas, algumas das quais foram palco de atos de pilhagem.
Pelo menos quatro mil pessoas foram detidas e o recolher obrigatório foi imposto em várias cidades, incluindo Washington e Nova Iorque, mas diversos comentários do Presidente norte-americano, Donald Trump, contra os manifestantes têm intensificado os protestos.
Os quatro polícias envolvidos no incidente foram despedidos, e o agente Derek Chauvin, que colocou o joelho no pescoço de Floyd, foi detido, acusado de homicídio em terceiro grau e de homicídio involuntário.
A morte de Floyd ocorreu durante a sua detenção por suspeita de ter usado uma nota falsa de 20 dólares (18 euros) numa loja.