O Governo da região espanhola da Galiza, em colaboração com a ONGD Farmamundi, vai apoiar uma intervenção de «prevenção e resposta» à pandemia de covid-19 em Manica, Moçambique, com fornecimento de material e campanhas de sensibilização.
Em comunicado, a Junta (Governo regional) da Galiza refere que, em colaboração com a Organização Não-Governamental para o Desenvolvimento (ONGD) espanhola Farmamundi, acaba de ativar o convénio de colaboração para atuar perante a emergência humanitária criada pela covid-19.
A decisão tem como objetivo levar a cabo uma intervenção de “prevenção e resposta” à pandemia do novo coronavírus em Moçambique, mais precisamente na província de Manica.
Essa intervenção vai ser concretizada por uma "ONGD local" e permitir a melhoria da preparação da população em zonas como o distrito de Sussudenga ou o de Manica perante a covid-19, mediante o fornecimento de lotes de material de higiene e o reforço da consciencialização para prevenir a propagação do vírus, com boas práticas de higiene e de lavagem das mãos, seguindo as indicações das autoridades sanitárias.
“Esta iniciativa permitirá atender 732 pessoas, que irão receber 366 ‘kits’ e tomar conhecimento dos aspetos higiénicos necessários para prevenir o contágio do vírus”, avança a Junta da Galiza.
A autoridade regional desta região espanhola acrescenta que serão colocados cartazes com informação sobre como proceder para reduzir o risco de proliferação do novo coronavírus nos lugares com mais circulação da população, como mercados, igrejas, hospitais ou escolas.
A população moçambicana encontra-se numa “situação complicada” devido à debilidade dos sistemas de saúde que nos países de África subsaariana limita a capacidade de resposta perante surtos de doenças como a covid-19, que requerem uma assistência imediata e medidas urgentes.
O Governo da Galiza também considera que a província de Manica, que já se viu afetada pela passagem do ciclone Idai em março de 2019, conta com muitos migrantes internos e uma elevada densidade de pessoas, não dispondo de serviços sanitários preparados para enfrentar um surto causado pela expansão do vírus.
“Devido à evolução epidemiológica do coronavírus em Moçambique, foram impostas restrições aos transportes públicos e espera-se que a situação possa piorar, o que terá consequências diretas na segurança alimentar, uma vez que a escassez de alimentos é outra ameaça neste país, assim como a covid-19”, segundo o comunicado do Governo regional.
A Farmamundi desenvolve projetos de Cooperação e Ação Humanitária nos países em desenvolvimento em qualquer parte do mundo e realiza campanhas de sensibilização e educação em Espanha para sensibilizar as pessoas para a necessidade de garantir o acesso aos medicamentos àqueles que deles mais necessitam e, em geral, para garantir a saúde universal.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 431 mil mortos e infetou mais de 7,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em África, há 6.464 mortos confirmados e mais de 242 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.
Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné Equatorial lidera em número de infeções e de mortos (1.664 casos e 32 mortos), seguida da Guiné-Bissau (1.460 casos e 15 mortos), Cabo Verde (750 casos e seis mortos), São Tomé e Príncipe (659 casos e 12 mortos), Moçambique (583 casos e três mortos) e Angola (140 infetados e seis mortos).
O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de infetados e de mortos (mais de 867 mil e 43.332, respetivamente) depois dos Estados Unidos.