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Covid-19: Cabo Verde Airlines diz que deslocou aviões para manutenção nos EUA

Cabo Verde Airlines esclareceu hoje que deslocou para manutenção, em Miami, os três Boeing com que operava até à suspensão de voos internacionais para o arquipélago, após notícias que davam conta da retenção das aeronaves no exterior.

Covid-19: Cabo Verde Airlines diz que deslocou aviões para manutenção nos EUA


Uma nota da companhia, que está totalmente parada desde 19 de março devido à pandemia de covid-19, refere que os aviões foram deslocados para um centro de manutenção em Opa Locka, Miami, nos Estados Unidos da América (EUA).

“Esta é uma prática comum por parte das companhias aéreas quando as aeronaves não estão a ser utilizadas. Neste centro os aviões receberão o cuidado necessário até que seja possível retomar as nossas operações”, esclareceu a nota, horas depois de notícias veiculadas em Cabo Verde, dando conta da alegada retenção das aeronaves nos EUA.

O Governo cabo-verdiano suspendeu em 19 de março todas as ligações aéreas internacionais, para conter a transmissão da covid-19, as quais só deverão ser retomadas em agosto, pelo que a companhia está parada há mais de três meses e meio.

“O clima e condições atmosféricas (humidade, sol e partículas de sal suspensas) de Cabo Verde são prejudiciais aos aviões quando estes estão parados, por isso tomámos as medidas necessárias para a sua manutenção e cuidado. Esta decisão é a oportunidade perfeita e que tanto aguardávamos para instalar os equipamentos de entretenimento a bordo e conectores USB para que os nossos passageiros possam desfrutar quando voltarmos a voar”, acrescentou a companhia.

O vice-primeiro-ministro de Cabo Verde, Olavo Correia, afirmou hoje que o Governo está a tentar num “processo negocial” para viabilizar a CVA, liderada por investidores islandeses desde março de 2019.

Numa mensagem divulgada ao início da tarde, Olavo Correia, que é também ministro das Finanças, assegura que a CVA, privatizada em 51% em março de 2019, é uma “empresa nacional” com “grande impacto na economia cabo-verdiana”.

“Nós estamos a fazer tudo para criarmos um novo contexto para que a empresa continue a operar, pelo que não faz sentido nós estarmos a criar notícias que visam apenas danificar a imagem da empresa e danificar a imagem de Cabo Verde”, afirmou o governante.

Antes da crise provocada pela pandemia de covid-19, a administração da CVA já tinha apontado que companhia necessitava com urgência de um empréstimo de longo prazo para garantir a sua operacionalidade.

“A CVA, como todas as empresas do mundo que estão no setor da aviação, estão em dificuldades e com dificuldades, não só agora, mas também em relação ao futuro. Pelo que, há um grande comprometimento do Governo de Cabo Verde para, juntamente com o parceiro estratégico, possamos encontrar uma solução para a transportadora de bandeira nacional”, defendeu.

Em março de 2019, o Estado de Cabo Verde vendeu 51% da então empresa pública TACV por 1,3 milhões de euros à Lofleidir Cabo Verde, uma empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF (grupo Icelandair, que ficou com 36% da CVA) e em 30% por empresários islandeses com experiência no setor da aviação (que assumiram os restantes 15% da quota de 51% privatizada).

“Estamos comprometidos e engajados em viabilizar esta solução”, acrescentou, na mensagem de hoje, Olavo Correia, garantindo que é necessário “encontrar um caminho comum, defendendo as posições das partes” até chegar “a um compromisso”.

“O que é o mais normal e habitual num processo negocial, em qualquer parte do mundo”, sustentou, depois de anteriormente já ter afastado um cenário de nacionalização da companhia.

O Governo cabo-verdiano concluiu este ano a venda de 10% das ações da CVA a trabalhadores e emigrantes, mas os 39% restantes, que deveriam ser alienados em bolsa, a investidores privados, vão para já ficar no domínio do Estado, decisão anunciada pelo executivo devido à situação da companhia, afetada pela pandemia.

A CVA transportou quase 345 mil passageiros no primeiro ano após a privatização (01 de março de 2019 a 28 de fevereiro de 2020) de 51% da companhia, um aumento de 136% face ao período anterior, segundo dados fornecidos em maio à Lusa pela empresa.

Cabo Verde regista um acumulado de 1.301 casos de covid-19 desde 19 de março, com 15 óbitos, mas 629 já foram dados como recuperados.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 516 mil mortos e infetou mais de 10,71 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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