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Covid-19: Ministro da Saúde de Cabo Verde contra subterfúgios para fazer Carnaval na pandemia

O ministro da Saúde cabo-verdiano, Arlindo do Rosário, pediu hoje que não sejam utilizados «subterfúgios» para eventos de Carnaval, que estão proibidos devido à pandemia, numa alusão ao anúncio da Câmara da Praia, que programou um «espetáculo performativo».

Covid-19: Ministro da Saúde de Cabo Verde contra subterfúgios para fazer Carnaval na pandemia

“Eu acredito que as pessoas vão analisar e vão rever essas posições. Vão ver que, de facto, qualquer tentativa de fazer aglomerações, por mais rebuscada que for, só contribui para a propagação da pandemia”, afirmou o ministro Arlindo do Rosário, ao encerrar, no Assembleia Nacional, o debate sobre os “Ganhos e desafios do setor da saúde em tempos da pandemia de covid-19”.

Sem nunca se referir à intenção da Câmara da Praia, o ministro classificou como “irresponsabilidade” o recurso a “subterfúgios” para realizar atividades de Carnaval num período de pandemia.

“Eu quando oiço que há esquemas para fugir ao que foi decidido a nível da resolução do Conselho de Ministros, para salvaguardar as pessoas, para impedir, neste período de Carnaval, de forma preventiva, que haja mais contágios, quando vejo subterfúgios para determinadas Câmaras, para realizar atividades. Pelo amor de Deus, isso é irresponsabilidade”, afirmou Arlindo do Rosário.

“Eu acredito na responsabilidade das pessoas e acredito sobretudo na responsabilidade daqueles que pedem responsabilidade”, acrescentou.

A Câmara da Praia anunciou que pretende realizar um “espetáculo performativo” de Carnaval na próxima semana, garantindo o cumprimento das “regras de segurança sanitária”, apesar da proibição geral de qualquer desfile decretada pelo Governo cabo-verdiano, devido à pandemia.

Questionado na terça-feira sobre esse evento, o ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, explicou que segundo as informações recebidas “não se fará um desfile” e sim um “espetáculo controlado”, com um número limitado de pessoas, controlo de acessos e lugares sentados.

“No plano do espetáculo isso é perfeitamente aceitável, desde que haja um efetivo controlo, para que não haja movimentação interna, para que as pessoas usem a máscara e cumpram com os procedimentos”, afirmou Paulo Rocha.

Na segunda-feira, reagindo ao anúncio deste evento pela Câmara Municipal da Praia, liderada desde novembro por Francisco Carvalho, do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, afirmou que “só pode ser uma provocação”.

“O espírito da lei é claro: está proibido qualquer tipo de ação organizada com vista a celebrar o Carnaval no dia 16 de fevereiro de 2021”, afirmou.

Numa nota divulgada na sexta-feira por aquela autarquia – até às eleições de outubro passado liderada pelo Movimento para a Democracia (MpD, no poder), a maior surpresa eleitoral - é referido que “atendendo à situação da pandemia da covid-19 e antecipando a decisão do Governo de proibir desfiles e festas”, a câmara da capital “em articulação com os grupos de Carnaval da Praia conceberam para assinalar esta festa popular muito acarinhada pelos munícipes uma exposição” alusiva ao tema.

“À exibição de trajes, artefactos e corços carnavalescos, juntam-se uma mostra de fotografias e a exibição de conteúdos audiovisuais. Paralelamente, a exposição será abrilhantada com um espetáculo performativo na arena Parque 05 de Julho, na terça-feira de Carnaval”, explicou o município.

“Para todos estes momentos, e como tem sido prática em todos os espetáculos e exposições que têm acontecido no país até ao momento, vão ser observadas rigorosamente as regras de segurança sanitária, inclusive o controlo no acesso ao espaço – que tem a vantagem de ser a céu aberto, mas fechado, ou seja, com controlo no número de pessoas a ter acesso. Por outro lado, a regra do distanciamento, o uso de máscaras e a desinfeção com álcool gel serão estritamente observados”, afirma a autarquia.

O Governo cabo-verdiano anunciou na quinta-feira que está “proibida” a realização de qualquer desfile organizado ou espontâneo de Carnaval, bem como festas públicas ou privadas, como prevenção da transmissão da covid-19.

As medidas, aprovadas em Conselho de Ministros na quarta-feira e entretanto publicadas em Boletim Oficial, incluem o reforço da fiscalização dos estabelecimentos de consumo de bebidas alcoólicas, “no que respeita ao cumprimento escrupuloso das regras de lotação e dos horários de funcionamento”.

O Governo decidiu proibir os desfiles organizados de rua, bem como as festas em espaços públicos ou privados, promovidas no âmbito do Carnaval ou das celebrações culturais do Dia de Cinzas, o mesmo acontecendo com os desfiles organizados de rua e com as festas em espaços públicos ou privados.

A proibição aplica-se ainda às “manifestações individuais espontâneas” de Carnaval, “sempre que fomentarem a aglomeração de pessoas”.

O Governo cabo-verdiano também não vai conceder este ano a habitual tolerância de ponto para o Carnaval e início da Quaresma, a 16 e 17 de fevereiro.

Cabo Verde regista um acumulado de 14.478 casos da doença desde março de 2020, quando foi diagnosticado o primeiro doente com a covid-19 no arquipélago, e soma um total de 137 óbitos por complicações associadas à covid-19.

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