Declarações de Pepa após o jogo Boavista-Paços de Ferreira (2-0), da 27.ª jornada da I Liga de futebol.
“Descompressão? Longe disso. Fizemos de tudo. Demos mais ao jogo do que aquilo que o jogo nos deu. São três derrotas seguidas e isso tem a ver com algo que já falei há algum tempo: todas as equipas passam por momentos bons, muito bons e excelentes. Nestes momentos menos bons, há que reagir em campo.
Não entrámos bem e fomos muito passivos. A partir dos golos, sobretudo do primeiro, é que entrámos no jogo e fomos iguais a nós próprios. Não podemos ser tão permeáveis e passivos no processo defensivo como fomos nesses primeiros 10 ou 15 minutos. Depois disso, foi um pouco ingrato. A perder, que seja assim com qualidade e personalidade.
Poderíamos ter feito mais e melhor pelo volume ofensivo que tivemos, mas resta-nos pegar nas coisas boas que fizemos aqui e perceber que este tipo de exibições não tem a ver com a que fizemos em Famalicão. Nunca virámos a cara ao jogo e fomos tentando tudo para reentrar no resultado, porque acreditávamos cegamente que poderíamos virar.
A nossa fase de construção e criação foi boa, para não dizer muito boa. Tivemos situações claríssimas de golo e estávamos bem na segunda parte, mas não fomos iguais a nós próprios nos últimos minutos e o jogo partiu e ficou mais fácil para o Boavista.
Faltou-nos o golo. A nossa grande mágoa é mesmo essa, até porque tivemos personalidade para, mesmo entrando mal, pegar no jogo, perceber os caminhos para ir por dentro ou sair por fora. Para o volume que tivemos, finalizámos pouco. Quanto às oportunidades que tivemos, não as concretizámos e isso reflete-se no resultado.
Sinceramente, estávamos à espera que o Boavista alterasse [a estrutura tática], mas não foi isso que nos criou dificuldades no primeiro quarto de hora. Isso deveu-se à nossa entrada em falso. Estávamos reativos, pouco agressivos e a chegar tarde ao portador da bola. Trata-se de demérito nosso, mas não estou a tirar mérito ao Boavista.
O que falta para o final? Para nós, vai ser igual. Vai ser muito duro, pois estamos a falar de sete jogos em quatro ou cinco semanas. Será uma densidade tremenda. Temos de estar preparados emocionalmente e, mais do que a vantagem para o sexto lugar, continuar a olhar para nós. Temos de nos agarrar ao quinto e, para tal, só pontuando”.