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Ex-presidente da Académica diz que incumprimento aconteceu em «ano terrível»

O ex-presidente da Académica - Organismo Autónomo de Futebol, José Eduardo Simões, julgado por abuso de confiança fiscal, afirmou hoje em tribunal que o incumprimento aconteceu num «ano terrível» para o clube, do ponto de vista financeiro.

Ex-presidente da Académica diz que incumprimento aconteceu em «ano terrível»

"Nós não nos apropriámos de nada", frisou o antigo presidente da Briosa, que está a ser julgado pelo Tribunal de Coimbra, juntamente com outros dois dirigentes e a própria Académica, da prática de um crime de abuso de confiança fiscal, por falharem o pagamento dos valores de retenção na fonte de IRS relativo aos salários de atletas e funcionários, entre janeiro e setembro de 2015, num total de 820 mil euros.

O arranque do julgamento foi marcado pela decisão da juíza de limitar a presença a um máximo de três jornalistas, por a sala não permitir mais pessoas na assistência, não tendo sido facultada qualquer alternativa para os membros da comunicação social que não puderam assistir.

Durante o seu testemunho, José Eduardo Simões começou por explicar que em 2015 a Académica vivia "um ano terrível", em que a direção teve que "escolher o que pagar quando não havia dinheiro", tendo sido esse o caso no pagamento da retenção na fonte de IRS.

Segundo o ex-presidente da Briosa, nesse ano, não foi possível recorrer a empréstimos devido à crise financeira, houve baixas receitas de bilheteira nos jogos em casa contra Sporting e Porto, um acordo com a Câmara de Coimbra não tinha sido cumprido e dois patrocínios que nunca foram pagos.

Só as receitas do acordo da Câmara de Coimbra e dos dois patrocínios seriam cerca de 400 mil euros que não entraram nas contas da Académica, realçou.

"Estávamos entre a espada e a parede", frisou.

De acordo com José Eduardo Simões, apesar disso, foi feito um acordo com a Autoridade Tributária para um pagamento do valor em falta em 24 prestações, tendo a sua direção pago cerca de 350 mil euros, até sair.

O antigo dirigente desportivo explicou que o acordo depois não foi cumprido pela nova direção e o remanescente acabou por ser integrado no acordo do Programa Especial de Redução do Endividamento do Estado do clube.

"Custa-nos muito que a nova gerência da Académica tenha pago tudo o que era posterior e tenha deixado isto", referiu, salientando que nunca foi intenção da sua direção não pagar o valor em falta da retenção na fonte, sendo que a dívida à Autoridade Tributária estaria resolvida em julho de 2017, a partir do plano de prestações celebrado.

O anterior membro da direção e também arguido Salvador Arnaut subscreveu "na totalidade" o testemunho de José Eduardo Simões, realçando ainda que a equipa deixou um empréstimo no valor de 375 mil euros que funcionaria como fundo de maneio para a direção que lhes sucedeu.

"Nunca nos passou pela cabeça que esta dívida não seria honrada", disse, considerando que os sucessores deixaram essa dívida para trás "intencionalmente".

Também Luís Godinho, o outro membro da antiga direção que é julgado no processo, sublinhou que nunca houve "omissão de nada".

"Foi um quadro de dificuldades financeiras que levou a isso", explicou, criticando a direção sucessora por não ter tido a preocupação de cumprir o plano de pagamentos acordado com a Autoridade Tributária.

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