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Covid-19: Polícia apita em praias de Cabo Verde e banhistas pedem alargamento de horário

A polícia apita para a entrada e saída das duas principais praias balneares da capital de Cabo Verde, devido às restrições para evitar a propagação da covid-19, mas banhistas já se sentem mais à-vontade e pedem alargamento do horário.

Covid-19: Polícia apita em praias de Cabo Verde e banhistas pedem alargamento de horário

Manuel Barros, natural de Santa Catarina de Santiago e emigrante no Luxemburgo, é dos primeiros a chegar à praia de Quebra Canela, na cidade da Praia, uma rotina que repete há praticamente um mês, desde que está de férias em Cabo Verde.

Aos 60 anos, diz que frequenta a praia sobretudo de manhã, mas neste dia, que decidiu ir também à tarde, por estar mais calor, teve de esperar alguns minutos para poder descer até ao areal de uma das praias mais frequentadas da capital do país.

Em relação às restrições, Manuel Barros lamenta a falta de festas e considera que o horário permitido para frequência das praias na capital “foi um erro”, mas “o resto está bom”.

Todas as ilhas de Cabo Verde estão em situação de calamidade, com várias restrições, mas relativamente às praias de mar, apenas duas da capital de Cabo Verde, Quebra Canela e Prainha, têm horário restrito, das 06:00 às 10:00 e das 16:00 às 18:00 locais (mais duas horas em Lisboa).

“Penso que se fechassem apenas aos fins de semana era melhor”, sugeriu o sexagenário, debaixo de um sol abrasador, considerando que os dois períodos diários favorecem ajuntamentos.

Manuel Barros tomou as duas doses de vacina antes de viajar para Cabo Verde e diz sentir-se “protegido em mais de 80%” e mais confiante para sair, embora em alerta para o aumento de casos da variante Delta na Europa, mas também devido as reticências dos cabo-verdianos em se vacinarem.

Quem também aproveitou as duas horas permitidas durante a tarde para se refrescar em Quebra Canela foi Luquinhas Araújo, natural de Achada de Santo António, que considera que a situação no país “está mais tranquila”.

Frequentador assíduo das zonas marítimas balneares da cidade da Praia, o banhista, 39 anos, teve de esperar numa espécie de ‘fila’ até ao apito da polícia para entrar na água, pelo que também acha que o horário deveria ser alargado.

“É mais perigoso”, defende. “Se abrirem durante todo o dia, ficamos todos mais à-vontade, porque posso vir de manhã, outro vem à tarde, evitando-se aglomerações”, sugere o morador da Praia.

As restrições de horários estendem-se à zona balnear da Prainha, com uma praia mais pequena e a menos de 1.000 metros de distância de Quebra Canela, para onde foi José “Coi” Lopes, 36 anos, morador no bairro de Pensamento.

Este praiense costuma frequentar as praias no período da tarde e considera que o horário determinado pelo Instituto Marítimo e Portuário (IMP) de Cabo Verde é “normal” e suficiente para tomar um banho e divertir-se com os colegas e amigos.

“Estamos em pandemia e um banho de mar é bom, alivia-nos o stresse”, referiu, recordando as reclamações em meses anteriores pelo fecho das praias, mas disse que agora as coisas estão mais tranquilas.

“A maioria das pessoas está a cumprir as regras e aqui temos segurança e temos de cumprir também”, aconselha, minutos antes de voltar a soar o apito, agora para todos saírem da água.

Os policias presentes nas duas praias não quiseram gravar entrevistas, mas deram conta da ansiedade das pessoas em entrar para as praias, sobretudo no período da tarde, e as dificuldades na hora de mandar toda a gente sair da água, tanto de manhã, como à tarde.

As praias balneares da capital de Cabo Verde são vigiadas por nadadores-salvadores, e um deles é Alberto “Betinho” Monteiro, natural de Achada Santo António e que faz esse trabalho há 17 anos.

Destacado há uma semana em Quebra Canela, Betinho não tira os olhos do mar nem um minuto sequer, depois de meses em casa, em que ouvia muitos relatos de pessoas que se afogavam nas praias locais.

Agora, as três principais praias da capital estão a ser vigiadas com seis nadadores-salvadores, que, no entanto, lamenta, não têm uniformes e improvisam com uma prancha de windsurf. “Não temos condições a 100%, mas temos vontade, porque amamos este trabalho”, garante.

Mesmo em tempo de pandemia, o nadador-salvador diz que as praias têm sido muito frequentadas, inclusive por muitas crianças, e sozinhas, pelo que aproveita para apelar aos pais para a importância do acompanhamento dos seus filhos. “Eles são os primeiros salva-vidas”.

Betinho escusa-se a dar opinião sobre o horário de frequência das praias balneares da capital de Cabo Verde, mas diz que nunca tinha visto tanta gente a frequentar a de São Francisco, que não tem restrições de horário.

“E fico um pouco preocupado”, alerta o jovem, dando conta que há outras praias, como Portinho, também muito frequentada, que precisa igualmente de nadadores-salvadores.

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