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Liberais alemães definem respeito pelo 'travão' da dívida como linha vermelha

O presidente do Partido Liberal alemão (FDP), Christian Linder, reiterou hoje a convicção do seu partido na necessidade de manter o chamado 'travão' da dívida, que exige orçamentos equilibrados, como uma das linhas vermelhas para formar Governo.

Liberais alemães definem respeito pelo 'travão' da dívida como linha vermelha

“O travão à dívida está na Constituição e deve ser mantido”, disse Christian Linder em entrevista ao jornal Welt am Sonntag.

Outra linha vermelha é a rejeição da subida de impostos, embora tenha atenuado o desejo do partido de fazer reduções fiscais e dito que não se deveriam realizar imediatamente.

Christian Linder defendeu que “num país com altos impostos como a Alemanha, os aumentos da carga fiscal seriam prejudiciais para a recuperação após a pandemia” de covid-19.

“Já antes das eleições disse que a nossa proposta de baixar os impostos não tem de ser imediata. O decisivo é que depois de uma década em que a carga fiscal e a burocracia aumentaram, haja uma mudança de paradigma e entremos numa década de alívios e reduções da burocracia”, disse.

O FDP, juntamente com Os Verdes, são necessários para que uma futura coligação de Governo – seja presidida pelo Partido Social Democrata (SPD) ou pelo bloco conservador – tenha maioria parlamentar.

O líder do FDP disse que concorda com Os Verdes na necessidade de fazer mais investimentos na Educação. Para conseguir os fundos necessários, propõe redução de subsídios, nomeadamente no setor automóvel.

“A indústria automóvel está numa boa situação. Não necessita de bilhões de subsídios para carros elétricos. As participações estatais, por exemplo na Telecom, podem ser usadas como alavanca para impulsionar os investimentos”, sugeriu.

Christian Linder reiterou que as semelhanças programáticas do seu partido continuam a ser maiores com o bloco conservador que com o SPD.

No entanto, acrescentou que os partidos que formam o bloco conservador – a União Democrática Cristã (CDU) e a União Social Cristã (CSU) da Baviera – devem primeiro esclarecer se realmente estão interessados em tentar formar Governo.

“Algumas vozes na CDU apontam que, primeiro, teriam de fracassar as negociações com o SPD, antes de entrarem “em jogo”. Não podemos sujeitar o país a isso”, considerou.

A equipa de negociação do FDP reúne-se hoje com o representante do SPD e com o representante da CDU/CSU e, por sua vez, Os Verdes, reúnem-se hoje com o SPD e, na terça-feira, com a CDU/CSU.

Entre Os verdes e os liberais já aconteceram duas reuniões prévias para tentar estabelecer pontos comuns e superar as diferenças.

Os Verdes, ao contrário do FDP, têm maiores semelhanças programáticas com o SPD, embora se tenham mostrado abertos ao diálogo com a CDU/CSU, enviando sinais claros de que as eleições resultaram num mandato para um Governo liderado pelos socais democratas.

O SPD, com Olaf Scholz, como candidato a Chanceler, foi o partido mais votado com 25,7%, mais cinco pontos do que há quatro anos. Pelo contrário, a CDU/CSU perdeu mais de oito pontos e caiu para 24,1% dos votos, o que constituiu o pior resultado da sua história.

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