loading

Mundial-2022: «Em 2002 pagámos a fatura de dois jogos desastrosos» - Jorge Andrade

As derrotas com Estados Unidos e Coreia do Sul sentenciaram a eliminação precoce de uma geração portuguesa “muito boa” e que partia para o Mundial de 2002 “com as expectativas muito altas”, segundo Jorge Andrade.

Mundial-2022: «Em 2002 pagámos a fatura de dois jogos desastrosos» - Jorge Andrade

“Era uma seleção que era a junção de alguns campeões do mundo de Riade [em 1989] e Lisboa [em 1991], uma geração de ouro. As expectativas estavam muito altas. Portugal tinha chegado às meias-finais do Europeu de 2000 e queria estar no Mundial com muita força, passar a fase de grupos e ir muito longe”, recordou Jorge Andrade, em declarações à agência Lusa.

Na terceira participação num Campeonato do Mundo, a seleção portuguesa chegou à fase final, coorganizada por Coreia do Sul e Japão, entre o lote dos favoritos, contando nas suas fileiras com jogadores como Vítor Baía, Fernando Couto, Rui Jorge, Paulo Sousa, Luís Figo, Rui Costa, Sérgio Conceição, Pedro Barbosa, Paulo Bento, João Vieira Pinto, Pauleta ou Nuno Gomes.

A derrota na estreia, com os Estados Unidos (2-3), complicou logo as contas lusas, mas a goleada à Polónia (4-0), no segundo jogo, voltou a colocar a equipa das ‘quinas’ no caminho da qualificação para os ‘oitavos’, que acabaria por ser travada no derradeiro encontro, com novo desaire, frente à Coreia do Sul (0-1).

“Portugal poderia ter feito bem melhor, estávamos cientes disso. Pagámos a fatura dos dois jogos desastrosos que fizemos, com Estados Unidos e Coreia do Sul. Alguns jogadores desse grupo ainda conseguiram ir a 2004 [Europeu], como Fernando Couto, Figo ou Rui Costa, outros ficaram pelo caminho. Tiveram em 2002 a última competição, o que foi pena, porque era uma geração mesmo muito boa”, lamentou o antigo central, 51 vezes internacional.

Ao intervalo do duelo com os sul-coreanos, os jogadores portugueses ficaram a saber que o empate que se registava até àquele momento (0-0) bastava para que as duas equipas seguissem para os oitavos de final, uma vez que a Polónia ia vencendo os Estados Unidos no outro jogo. No entanto, nessa altura, já Portugal jogava com menos um elemento.

“Ao intervalo, tínhamos noção do resultado do outro lado. Mas tivemos a expulsão do João Pinto [aos 27 minutos], que modificou toda a estratégia, porque a ideia era mesmo ganhar o jogo. Vínhamos de uma grande vitória contra a Polónia, a equipa estava motivada, mas a jogar com 10, as coisas ficaram mais difíceis. Mesmo assim, o jogo estava empatado e tínhamos esperanças de conseguir passar de fase”, lembrou à Lusa.

Jorge Andrade, que foi suplente utilizado em duas partidas nesse Mundial, seria lançado aos 69 minutos para o lugar de Pauleta, pouco depois de Beto também ter sido expulso (66). Ainda a ‘frio’, o então central do FC Porto viu Park Ji-Sung, aos 70, marcar o único golo do encontro, que ditou o ‘adeus’ de Portugal.

“Ao jogar com 10, o objetivo de ganhar não seria possível, mas o empate poderíamos ter conseguido. Não conseguimos, sentimos muita tristeza, tendo em conta o resultado do outro lado [Polónia venceu os Estados Unidos por 3-1]. Perdendo, já não nos interessava, portanto foi tudo mau nesse dia”, concluiu.

A eliminação teve como consequência maior o afastamento do selecionador António Oliveira, que viria a ser substituído no comando da seleção pelo brasileiro Luiz Felipe Scolari, precisamente o técnico que tinha levado a ‘canarinha’ ao ‘penta’ na Ásia, após bater a Alemanha (2-0) na final.

Jorge Andrade viria a ser aposta firme de Scolari, ajudando a formação lusa a atingir a final do Euro2004, perdida para a Grécia, mas as graves lesões no joelho afastaram-no do Mundial2006 e do Euro2008, tendo terminado a carreira em 2008, após rescindir com a Juventus.

Confira aqui tudo sobre a competição.

Siga-nos no Facebook, no Twitter, no Instagram e no Youtube.

Relacionadas

Para si

Na Primeira Página

Últimas Notícias

Notícias Mais vistas

Sondagem

Roger Schmidt tem condições para continuar no Benfica?