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I Liga: Carlos Pereira iliba Rúben Amorim da oscilação do Sporting

O trabalho desenvolvido por Rúben Amorim à frente do Sporting “é positivo e requer continuidade”, frisa o antigo jogador e treinador-adjunto Carlos Pereira, ilibando o técnico do quarto lugar obtido pelos ‘leões’ na I Liga 2022/23.

I Liga: Carlos Pereira iliba Rúben Amorim da oscilação do Sporting

“Não se pode dizer que o trajeto [feito desde 2019/20] com o Rúben Amorim tenha sido negativo. Muito claramente, retiro o treinador destas anomalias nos comportamentos da equipa. Foi uma pessoa que procurou incutir junto dos jogadores um espírito de luta e de responsabilidade, que esteve sempre presente”, enquadrou à agência Lusa o ex-defesa, de 74 anos, que alinhou pelo clube de Alvalade, no período entre 1972 e 1975, voltando, posteriormente, como adjunto do ex-selecionador nacional Paulo Bento, de 2005 a 2009.

O Sporting falhou a terceira participação consecutiva na Liga dos Campeões, ao totalizar 74 pontos, 13 abaixo do campeão Benfica, 11 do ‘vice’ FC Porto e quatro do Sporting de Braga, terceiro classificado, ficando pelo acesso direto à fase de grupos da Liga Europa.

Os ‘leões’ terminaram fora do pódio pela 19.ª ocasião, e segunda na última década, após terem somado 85 pontos nas duas primeiras temporadas completas com Rúben Amorim, que permitiram desfazer um ‘jejum’ de 19 anos (2020/21) e ser vice-campeão (2021/22).

“A consistência normalmente carece de mais assiduidade no ‘onze’ inicial e, às vezes, as mudanças feitas pelo treinador podem fazer com que o atleta perca algum ritmo. Percebo que se tem de mudar as coisas face à evolução de cada jogo, mas a inconsistência tem a ver com a pouca regularidade de alguns jogadores, que se transmite no próprio relvado”, avaliou o irmão do antigo líder do departamento de prospeção ‘leonino’, Aurélio Pereira.

Vencedor de um campeonato e duas Taças de Portugal na sua passagem como jogador pelo Sporting, Carlos Pereira lamenta as “perdas irreparáveis” dos médios internacionais portugueses João Palhinha e Matheus Nunes, com a falta de “capacidade aquisitiva para colmatar essas saídas” no início da época a “enfraquecer a estrutura a todos os níveis”.

“O João Palhinha dava uma grande cobertura, não só pela maneira como ia pautando o jogo, mas por ser um travão assim que os atacantes da equipa adversária chegavam ao reduto defensivo do Sporting. Depois, o Matheus Nunes tinha uma capacidade individual de construir jogadas de ataque com muita qualidade, tanto a servir os avançados, como também a ter alguma proximidade à baliza. Foram dois setores afetados”, pormenorizou.

O ex-adjunto de Paulo Bento, que contribuiu para a conquista de duas Taças de Portugal e duas Supertaças Cândido de Oliveira assim que regressou ao clube, deseja que Rúben Amorim “continue o seu processo”, apesar da ‘queda’ na terceira ronda da prova ‘rainha’ (0-1 com o Varzim, da Liga 3) e da final perdida na Taça da Liga (0-2 face ao FC Porto).

“Estas alterações constantes [no ‘onze’] também têm a ver com os adversários, que, por vezes, requerem coisas diferentes, tais como apostar num ataque mais móvel ou pôr um ponta de lança fixo. O treinador procurou fazer isso com algum critério, mas nem sempre resultou. Agora, acho que deve ser fiel às suas ideias e conceitos, que já deram grandes alegrias ao clube. Os objetivos foram sendo cumpridos [desde a sua chegada], lembrou.

Carlos Pereira reconhece que o Sporting necessita de “repensar algumas aquisições” em posições específicas, tomando como paradigma o eixo do ataque, onde Paulinho apenas concorre com os jovens Chermiti e Rodrigo Ribeiro e “falta um ponta de lança goleador”.

“O Paulinho ficou muito aquém face ao investimento e à resposta que deu em termos de produtividade. O Sporting tem de se reforçar claramente nesse capítulo, sendo que tudo indica que o Manuel Ugarte vai sair. Será também uma baixa de peso muito importante e tem de conseguir colmatá-la”, alertou, prevendo outra época de ajustes no meio-campo.

Para trás ficou uma temporada sem assistências acima dos 40.000 espetadores nas 17 partidas realizadas em casa para a I Liga, cenário suplantado por duas vezes durante a campanha nas competições europeias, que progrediu até à ‘queda’ com a Juventus nos quartos de final da Liga Europa, depois da terceira posição no Grupo D da ‘Champions’.

“O Sporting é ‘sui generis’ nessa situação. A massa associativa é paciente relativamente aos resultados, mas muito apaixonada pelo clube. Com esta situação de andar atrás do Sporting de Braga, de não lutar para ser campeão nacional e de continuar pontualmente sempre muito aquém do Benfica e do FC Porto, clubes de grande rivalidade, as pessoas entram num descrédito e passam a comparecer menos aos desafios em casa”, concluiu.

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