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Taça de Portugal: Taí vê final desequilibrada a partir das transições

A reação à perda da bola deverá desequilibrar a final da Taça de Portugal entre FC Porto e Sporting de Braga, domingo, no Jamor, estabelece o ex-futebolista Taí Laranjeira, recordista de presenças em cinco decisões seguidas da prova.

Taça de Portugal: Taí vê final desequilibrada a partir das transições

“Penso que essa transição defensiva vai ser fundamental e aquela equipa que conseguir explorar melhor o lado menos protegido nos contra-ataques pode criar mais problemas. A inspiração dos bons jogadores que cada equipa tem também marcará, eventualmente, a diferença ao nível do ataque”, referiu à agência Lusa o ex-médio internacional português, que ajudou os ‘dragões’ a derrotarem em casa os ‘arsenalistas’ na final de 1976/77 (1-0).

O detentor do troféu FC Porto, que soma 18 conquistas, e o Sporting de Braga, com três, medem forças no domingo, às 17:15, no Estádio Nacional, em Oeiras, na decisão da 83.ª edição da Taça de Portugal, com arbitragem de João Pinheiro, da associação de Braga.

“Ambas as equipas são muito seguras em termos defensivos. O jogo vai ser decidido em pormenores de inspiração de um ou outro jogador ou numa jogada de bola parada e será equilibrado, exatamente como aquele que fiz em 1976/77. O Sporting de Braga era uma equipa menos cotada do que a do FC Porto, tal como ainda é hoje, mas criou-nos sérias dificuldades”, recordou Taí, de 74 anos, que atuou nos ‘azuis e brancos’ de 1976 a 1978.

Numa temporada em que falhou a revalidação do cetro de campeão nacional, ao finalizar a I Liga no segundo lugar, com 85 pontos, a dois do Benfica, o FC Porto pode juntar um terceiro troféu à 23.ª Supertaça Cândido de Oliveira e ao inédito triunfo na Taça da Liga.

“Se o campeonato perdido pode fazer mossa? Acho que uma equipa como o FC Porto já não sofre pressões deste tipo e jogará absolutamente concentrada e focada na final. Eu estive em cinco finais seguidas da Taça de Portugal e sei que são jogos diferentes. É um ‘mata mata’, tal como dizia o ex-selecionador nacional [o brasileiro Luiz Felipe Scolari], e os jogadores sentem que têm de dar o máximo. O FC Porto tem sido eficaz nos jogos a eliminar e, normalmente, joga para ganhar. Por isso, dou-lhe algum favoritismo”, traçou.

Apesar dos “problemas iniciais para encontrar ritmo e equilíbrio”, Taí fala numa “postura excelente” do conjunto orientado por Sérgio Conceição, que superou recordes de títulos (nove), de jogos (326) e de vitórias (238) na sua sexta temporada à frente dos ‘dragões’.

“Ele diz que o FC Porto foi a melhor equipa durante o campeonato e eu estou de acordo. Não tem um futebol vistoso ou que agrade ao público, mas é sempre objetiva, bastante competitiva e eficaz. Foi pena não ter conquistado o título, mas, como já é apanágio, fez um brilharete [até aos oitavos de final] na Liga dos Campeões. Tivemos um FC Porto à altura do FC Porto. Só há que dar os parabéns à equipa, ao ‘staff’ e à direção”, elogiou.

Os ‘azuis e brancos’ deixaram de deter em simultâneo os quatro troféus nacionais devido ao 38.º cetro do Benfica, mas surgem na final da Taça de Portugal pela 33.ª vez, e quarta nos últimos cinco anos, tendo pela frente um Sporting de Braga “forte e bem organizado”, que fechou o pódio da I Liga e jogará as fases preliminares da ‘Champions’ em 2023/24.

Os dois clubes reeditam as decisões de 1976/77, 1997/98 e 2015/16, que já ocasionaram um êxito para cada lado no Jamor, enquanto o FC Porto festejou em 18 de maio de 1977 no já demolido Estádio das Antas, no Porto, com um golo marcado após o intervalo pelo malogrado ‘bibota’ Fernando Gomes a quebrar um ‘jejum’ de nove anos sem conquistas.

“O que recordo mais é a vontade de o FC Porto ganhar e a luta que o oponente nos deu, sobretudo com um meio-campo muito bem preenchido. Fui substituído ao intervalo pelo Seninho, que acabou por ser decisivo. Criou roturas pelo lado direito, ganhou a linha de fundo e acabou por fazer o cruzamento para o golo de cabeça do Gomes”, partilhou Taí.

De volta ao comando do FC Porto naquela época, José Maria Pedroto lograva a terceira Taça de Portugal seguida, após os dois triunfos pelo ‘vizinho’ Boavista, em 1974/75 (2-1 diante do Benfica, em Alvalade) e 1975/76 (2-1 com o Vitória de Guimarães, nas Antas).

Taí esteve nessas duas finais dos ‘axadrezados’ e ladeou o ‘mestre’ na derrota dos ‘azuis e brancos’ (1-2 no jogo de desempate com o Sporting, em Alvalade) em 1977/78 - época que reconduziu o FC Porto ao cetro de campeão nacional 19 anos depois -, antes de ter voltado ao Bessa em 1978/79 para juntar ao seu palmarés pessoal uma quarta conquista da Taça de Portugal em cinco edições (1-0 no desempate diante do Sporting, no Jamor).

“Penso que todas as finais deviam ser jogadas no Estádio Nacional, onde a festa é mais bonita. O estádio é imponente, tem todas as condições e não beneficia ninguém, pois é neutro para todos. Noto que existe maior alegria e motivação nos adeptos. A hipótese de eles fazerem piqueniques e conviverem cria um ambiente extraordinário à volta daquele estádio, que é uma referência a nível nacional, e torna o jogo empolgante”, reconheceu.

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