O FC Porto está atualmente imerso num período de intensa agitação política enquanto se prepara para o processo eleitoral que determinará o próximo presidente do clube.
"O Antero Henrique, patrono da outra candidatura, foi a casa da minha filha saber se me ia candidatar", revelou Jorge Nuno Pinto da Costa.
Com a aproximação das eleições que irão certamente marcar uma nova era no Dragão, a atmosfera dentro da instituição portista atingiu níveis de tensão nunca antes vistos, à medida que os candidatos à liderança máxima do clube intensificam as suas campanhas e trocam intensas acusações.
No epicentro deste frenesim político encontram-se duas figuras de destaque: Pinto da Costa, o histórico líder do FC Porto, e André Villas-Boas, antigo treinador dos dragões que agora aspira ao cargo mais alto da hierarquia azul e branca.
As trocas de farpas entre ambos, bem como entre os seus apoiantes, têm alimentado uma disputa intensa que reflete a importância da próxima liderança para o futuro do clube.
Pinto da Costa, candidato ao seu 16º mandado consecutivo, acusou recentemente Antero Henrique, antigo CEO do clube, de estar por trás da candidatura de André Villas-Boas.
Além disso, o dirigente dos dragões expressou desconfiança em relação ao apoio de Joaquim Oliveira, proprietário da Olivedesportos e Sport TV, à candidatura do antigo técnico do emblema da Invicta.
Segundo Pinto da Costa, Antero Henrique terá mesmo visitado a sua família para sondar sobre uma eventual recandidatura de Pinto da Costa e desaconselhar a mesma, um gesto que foi prontamente rejeitado pela sua filha.
"O Antero Henrique, que é o patrono da outra candidatura, foi a casa da minha filha para saber se eu me ia candidatar ou não e aconselhar que não me candidatasse, que ia ser muito difícil e ia haver muitos ataques", começou por revelar Pinto da Costa.
"A minha filha respondeu, e bem, que eu pensava pela minha cabeça", acrescentou o presidente do FC Porto.
Pinto da Costa justificou ainda a sua decisão de avançar para um novo mandato, caso seja eleito, enfatizando a sua independência de pensamento e a sua dedicação ao FC Porto.
O líder portista argumentou que o conhecimento dos apoios por trás da candidatura de Villas-Boas o motivou a prosseguir na sua própria candidatura.
"Não é ele que tem más ideias, ele transmite as ideias que lhe põem no papel e ele vai ler. Mas não são dele, porque ele era incapaz de querer mal ao FC Porto", observou.
Outro ponto de contenda nas eleições tem sido o apoio declarado de Joaquim Oliveira, dono da Olivedesportos e da Sport TV, à candidatura de André Villas-Boas.
Pinto da Costa questiona os motivos por trás desse apoio e sugere interesses relacionados com direitos televisivos como possível explicação para esta aliança.
"Há quem por ter perdido os direitos televisivos queira recuperar esses direitos com habilidades e pondo lá quem lhes faz a vontade", destacou Pinto da Costa.
"Joaquim Oliveira, dono da Olivedesportos e Sport TV, esteve na primeira fila da apresentação da candidatura do Luís André", frisou de seguida o líder máximo dos dragões.
No que diz respeito às propostas para o futuro do clube azul e branco, um dos temas em destaque tem sido a localização da nova academia do FC Porto.
Enquanto Pinto da Costa defende a construção na Maia, Villas-Boas propõe um centro de alto rendimento em Vila Nova de Gaia. Esta diferença de opiniões reflete as distintas visões estratégicas dos candidatos para o desenvolvimento do clube.
"Pelo menos tiveram o bom senso de não vir enganar os portuenses e foram pregar para a capital", observou.
"Já estou um bocado gasto e só me faltam 14 anos para os 100", finalizou Jorge Nuno Pinto da Costa.