O treinador do Celtic, Neil Lennon, e dois conhecidos adeptos do clube de futebol de Glasgow, que foi adversário do Sporting de Braga na pré-eliminatória da “Champions”, receberam “cartas bomba”, noticiou hoje a BBC.
As cartas bomba, que foram enviadas no mês passado, foram desenhadas para “matar ou lesionar” os destinatários apesar do seu carácter artesanal, o que pode indiciar que quem as fabricou não tem treino paramilitar.
No início da semana, vários meios de comunicação social, incluindo a BBC, aceitaram um pedido da polícia para não revelarem nenhum detalhe do ocorrido enquanto as forças de segurança investigavam o caso.
O primeiro-ministro escocês, Alex Salmond, afirmou terça-feira à noite que não tolerará este tipo de crimes no seu país.
“Como indicativo da seriedade que temos para com estes casos, o subcomité do Governo reuniu-se sábado passado para assegurar de que a investigação policial conta com todo o apoio necessário”, disse o político.
O primeiro pacote suspeito foi intercetado pela Royal Mail (correios britânicos) na localidade escocesa de Kirkintilloch, a 26 de março, e estava endereçado ao técnico do Celtic para o campo de treino da equipa em Lennoxtown.
Dois dias mais tarde foi enviado outro pacote do mesmo tipo para a deputada parlamentar Trish Godman na localidade de Bridge of Weir. Ao suspeitar do conteúdo, os colaboradores da deputada contactaram a polícia.
O terceiro pacote ia dirigido ao advogado do técnico do Glasgow, Paul McBride, que defendeu o clube em várias ocasiões nas suas disputas com a federação escocesa.
A polícia está também a investigar outra carta dirigida ao treinador do Celtix encontrado numa estação de correios no passado dia 4 de março, ainda que não esteja ainda confirmado tratar-se de um explosivo.
O técnico do Celtic, um católico de 39 anos, foi alvo de várias ameaças, insultos e outras formas de violência no passado.
Lenon deixou de jogar na seleção da Irlanda do Norte em 2002 após receber uma ameaça de morte atribuída a paramilitares lealistas (protestantes que se opunham à unificação da Ilha da Irlanda num só Estado).